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Lucro líquido no primeiro trimestre foi de R$ 248 milhões | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Lucro líquido no primeiro trimestre foi de R$ 248 milhões| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

REAJUSTE

Tarifa deve continuar subindo, diz diretor

A tarifa de energia no Paraná dificilmente cairá nos próximos cinco anos, segundo o diretor de distribuição da Copel, Vlademir Santo Daleffe. Pelo contrário, a tendência é de novos aumentos.

Uma das razões é que a energia contratada pela concessionária no leilão de abril, em um contrato de cinco anos, tem custo mais elevado que a média que ela pagava anteriormente – e esse aumento pode ser repassado ao consumidor no futuro.

Além disso, a Copel e as demais distribuidoras do país terão de pagar, ao longo dos próximos anos, os empréstimos que tomaram dos bancos para cobrir os buracos de caixa provocados pelo súbito aumento de custo com a compra de energia.

"Pelo lado positivo, em 2015 vencem concessões de várias usinas, o que vai baratear a energia delas. Além disso, haverá leilões de novas hidrelétricas, e nessas licitações os preços tendem a ficar perto de R$ 115, R$ 120 por megawatt-hora, bem abaixo dos praticados no mercado de curto prazo", diz Daleffe.

A forte alta do custo da energia elétrica para revenda reduziu o lucro da Copel no segundo trimestre. A empresa lucrou R$ 248 milhões, 57% menos que o resultado recorde do primeiro trimestre (R$ 583 milhões). O resultado também ficou 1% abaixo do registrado entre abril e junho de 2013 (R$ 252 milhões).

INFOGRÁFICO: Veja os resultados do semestre

De 2013 para cá, a estiagem reduziu a operação de hidrelétricas, que geram energia mais barata, e obrigou o país a acionar todo o parque de termelétricas, com custo elevado. O resultado foi a disparada dos preços no mercado de curto prazo, o que teve efeitos ambíguos sobre os resultados da Copel, uma vez que a empresa atua como geradora e distribuidora.

De um lado, a área de geração está lucrando alto com as vendas no mercado de curto prazo, em especial depois que retomou a operação da termelétrica UEG Araucária, em fevereiro. Esse tipo de receita deu um salto de 240% em relação ao mesmo período de 2013, chegando a R$ 1,173 bilhão.

Por outro lado, a distribuidora da Copel passa por dificuldades. As despesas com a compra de energia cresceram 77% em relação ao segundo trimestre de 2013, para R$ 1,192 bilhão. A Copel Distribuição passou vários meses "descontratada", isto é, tinha menos energia que a necessária para atender aos clientes. E teve que comprar a diferença no mercado à vista, a custos altíssimos. Parte das despesas geradas por essa situação, conhecida como "exposição involuntária", foi ressarcida pelo governo federal.

A lacuna da descontratação só foi preenchida no fim de abril, quando a empresa comprou 388 megawatts médios (MW) em um leilão de energia de longo prazo, ao custo de R$ 268,33 por MWh. O valor é bem inferior ao que chegou a ser cobrado no mercado de curto prazo (R$ 822,83), mas supera a tarifa média que a Copel Distribuição pagava anteriormente (R$ 144,37 até março).

Reajuste

Pelas regras do setor elétrico, essas variações de custo poderiam ter sido repassadas ao consumidor no aniversário da concessão, em 24 de junho. Mas, por ordem do governo estadual, a companhia optou por segurar parte do reajuste. Contando com o porcentual de aumento represado em 2013, a companhia teria direito a elevar a tarifa em 39,71%, em média, mas repassou aos clientes 24,86%. A diferença poderá ser cobrada nos próximos anos.

Para a corretora Concórdia, a performance da empresa no trimestre veio abaixo das expectativas e "poderia ter sido reforçada caso a companhia tivesse aplicado integralmente o reajuste tarifário autorizado pela Aneel [reguladora do setor]".

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