Os bancos comerciais se tornaram uma fonte de microcrédito em 2004, quando o Banco Central editou uma norma indicando que 2% dos depósitos à vista fossem canalizados para empréstimos com taxas de juros de 2% ao mês. Um terço desses recursos devem ser aplicados em programas de crédito para pequenos empreendedores. O restante pode ir para correntistas do banco.
Os bancos têm buscado soluções diferentes. Alguns fazem empréstimos diretamente, através das agências ou de representantes bancários. O Bradesco, maior banco privado do país, captou interessados através das agências dos Correios, onde mantém o serviço de correspondente bancário.
O Unibanco criou, em parceria com o Banco Mundial, a Microinvest, braço responsável pelos contratos com pequenos empreendedores. Pontos de financeiras ligadas ao grupo, como a Fininvest, e postos em lojas de grande porte são usados para o contato com o público. Funcionários da Microinvest visitam os interessados em crédito e avaliam se o negócio pode ir adiante. Cerca de 80% dos financiamentos são abertos para empreendedores informais e a taxa de inadimplência fica em apenas 1,5%.
"Vemos o microcrédito como um negócio em expansão. No momento a operação se paga e não tem impacto relevante para o Unibanco. Mas nós acreditamos que com ganho de escala será uma área rentável", afirma Maurício Moura, gerente de planejamento do Unibanco. O volume aplicado pela empresa neste segmento passou de R$ 3 milhões em 2004 para uma previsão de R$ 30 milhões em 2006. Por enquanto, as linhas estão disponíveis em cinco estados e há previsão de aumento da área de abrangência no ano que vem, incluindo o Paraná.
Outros bancos grandes, como Santander e Real, preferiram investir em programas menos pulverizados. Eles oferecem as linhas de crédito em algumas cidades, onde mantém agentes ou têm parcerias com ONGs que ficam responsáveis pela análise de risco. Iniciativas desse tipo são menos comuns nas instituições pequenas e médias. Elas têm dificuldade para lidar com os custos do microcrédito e, em muitos casos, preferem deixar o dinheiro parado no Banco Central, sem qualquer remuneração. (GO)
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