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Zaira Sachetti ainda não conseguiu encontrar um local ideal para expandir seu escritório | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Zaira Sachetti ainda não conseguiu encontrar um local ideal para expandir seu escritório| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo

Rio de Janeiro já tem o 4º maior preço do mundo para escritórios

Outras cidades brasileiras vêm chamando atenção no mundo pelo preço do aluguel comercial. Sediando a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos nos próximos anos, a procura por imóveis no Rio de Janeiro já fez da cidade a 4.ª com aluguel comercial mais caro do mundo em 2011. No ano passado, a cidade era a 13.ª.

Leia a matéria completa

  • Imóveis sem estrutura restringem ainda mais as opções de quem busca alugar um espaço comercial
  • Confira a relação entre oferta de imóveis comerciais e preço do metro quadrado
  • Veja o preço dos aluguéis comerciais mais caros do mundo

A combinação entre aquecimento da economia e oferta cada vez menor fez o preço do aluguel comercial em Curitiba subir acima da inflação nos últimos cinco anos. Empresas e profissionais liberais estão encontrando dificuldade para alugar espaços com tamanho e estrutura satisfatórios. A tendência é de valores ainda mais altos nos próximos anos.

Em média, o preço mensal do metro quadrado de espaços comerciais (conjuntos, casas comerciais, barracões e lojas) passou de R$ 8,39 em 2006 para R$ 12,90 em 2010: uma alta de 54%. No mesmo período, o IGP-M (principal índice usado pelo mercado imobiliário) subiu 33%. Os números, levantados pelo Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR) a pedido da Gazeta do Povo, mostram que os preços subiram em ritmo 64% superior ao da inflação.

Uma das afetadas pela alta, a empresária Zaira Sachetti viu seu aluguel crescer 30% em três anos. Ela desembolsa hoje R$ 2 mil mensais (o dobro da média da cidade) pelos 60 metros quadrados onde trabalham seus oito funcionários, além dos R$ 500 de condomínio. Além do preço alto, ela encontra dificuldades para expandir seus negócios – já que a oferta disponível não atende às suas necessidades. "Queria arranjar outro espaço, um pouco maior, e com estrutura para os computadores. Mas é muito difícil conseguir", lamenta. As opções ficam ainda mais restritas quando se considera que prédios mais antigos nem sempre têm cabeamento suficiente para conexão satisfatória com a internet, por exemplo.

Enquanto não arranja outro imóvel, Zaira prefere continuar no Centro. O fácil acesso à região é o grande atrativo para empresas como a dela. "Aqui, é fácil atender clientes, além de poder visitá-los sem complicações", afirma. Apesar do preço alto do Centro, outros bairros tiveram alta maior que a média na cidade. No Água Verde, a valorização foi de 155%. No Batel, 139%. Até regiões mais afastadas surpreenderam, como Novo Mundo (243%), Hauer (156%) e Capão Raso (151%).

Depois de estudos de oferta e procura por espaços comerciais em Curitiba, a construtora Laguna começou a erguer em 2009 um prédio comercial na esquina do cruzamento entre as avenidas República Argentina e Iguaçu. "Tínhamos uma demanda latente. Desde o lançamento, em agosto, quase 80% dos 131 conjuntos foram vendidos", diz o diretor da construtora, Gabriel Raad.

Nos próximos anos, se a demanda continuar em ritmo crescente, os preços subirão ainda mais – já que a oferta está na contramão do negócio e vem caindo. De 2005 a 2010, o número de unidades comerciais ofertadas para locação caiu 15%. Além disso, o ritmo de construção de novos imóveis do tipo, além de não acompanhar a demanda, chegou a diminuir: segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), o número de alvarás para novas unidades caiu de 2.226 em 2009 para 2.193 em 2010.

Para o professor de Ciências Econômicas Fábio Tadeu Araújo, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o principal problema enfrentado no mercado dos imóveis comerciais é o descompasso entre oferta e demanda. "Tivemos um crescimento alto e repentino nos últimos anos no país, mas o mercado imobiliário não estava pronto para isso. Agora vão começar a construir, mas os prédios só vão ficar prontos daqui a dois ou três anos, quando o país pode já não estar com crescimento tão forte", diz.

Mais demanda

Segundo Araújo, a procura atual é impulsionada pelo grande número de profissionais liberais sendo formados. "Em 1997, por exemplo, havia cinco faculdades de Administração na cidade; hoje temos 35. São inúmeros consultores, médicos e advogados sendo formados a todo ano e que precisam de um lugar para atender seus clientes", diz.

O vice-presidente do Secovi-PR, Luiz Valdir Nardelli, concorda. Ele defende ainda que Curitiba está compensando uma defasagem histórica nos preços. "Tínhamos um preço muito baixo, totalmente fora da realidade. Estamos tentando recuperar o preço real de mercado", defende. Para ele, o bom momento da economia nos últimos anos ajudou a aumentar os preços. "Conforme o mercado foi melhorando, nossos preços também foram se adequando", resume.

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