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Os representantes de credores da Varig receberam, com preocupação, a proposta feita na segunda-feira pelo fundo americano Matlin Patterson, dono da VarigLog - empresa de logística que pertencia à Varig. Apresentada nesta terça-feira, em reunião dos representantes de credores da Varig com a direção da companhia, a proposta prevê a injeção de US$ 350 milhões na companhia, porém dividindo-a em duas empresas: a nova Varig, que ficaria nas mãos dos donos da VarigLog; e a antiga Varig, que permaneceria com as dívidas contraídas ao longo do tempo e que são previstas para serem equacionadas dentro do plano de recuperação judicial, aprovado em janeiro.

Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, a proposta prejudica a todos os credores, mas principalmente a classe de trabalhadores, já que, na apresentação feito pelo empresário Lap Chan, dos cerca de 10,3 mil trabalhadores da companhia, apenas 4,9 mil seriam mantidos na nova Varig.

Chan disse ainda que o foco seria o mercado internacional e que a empresa ficaria com 48 aeronaves para operar. A frota atual é de 63 aeronaves. Ele prometeu ainda US$ 50 milhões para indenizar os funcionários demitidos.

Segundo Selma, Chan comentou também que a administração da nova Varig não teria interesse pelas dívidas passadas da empresa - que ficariam na Varig antiga - e que se responsabilizaria apenas pelas despesas correntes da nova Varig.

O presidente do fundo de pensão Aerus, Odilon Junqueira, também rechaçou a proposta do fundo americano. Segundo ele, a tendência é de que todos os credores digam não à oferta feita pelos donos da VarigLog para que seja mantido o curso normal, ou seja, a criação dos fundos de investimento e participações previstos no plano de recuperação judicial e que estarão na pauta da assembléia de credores marcada para a manhã desta quarta-feira.

Junqueira também ficou surpreso com o fato de Chan não ter considerado em sua proposta a situação do fundo de pensão. A Varig renegociou sua dívida de cerca de R$ 1 bilhão com o Aerus para pagamento mensal de R$ 9 milhões até 2022, mas o empresário não soube dizer como ficaria o pagamento da dívida do fundo dentro da nova Varig.

- A Varig tem um plano aprovado e ele precisa ser seguido. A proposta de Chan deixou o Aerus deserto. Tenho por mim que a proposta não será aceita. O que a Varig precisa é acelerar a criação dos fundos e eleger uma administração profissional para cuidar da companhia - disse Junqueira.

Até o momento o Aerus ainda não recebeu os R$ 18 milhões que a Varig deve ao fundo referente às parcelas de fevereiro e março da renegociação que ainda não foram pagas. A direção do Aerus vai se reunir no próximo dia 6 para discutir que providências tomar caso a companhia não acerte a sua dívida.

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