O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje (5) que o Brasil pode deixar de importar o gás boliviano caso haja uma elevação excessiva no preço do produto, decorrente da nacionalização do petróleo e gás na Bolívia.
- Não sei nem os percentuais. Acho que isso não é uma tarefa nossa (do Itamaraty), é da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia. O problema é que, se os aumentos forem excessivos, simplesmente o gás se inviabiliza - avalia Amorim.
Segundo ele, o gás só existe no Brasil porque chega a um preço competitivo em relação ao óleo combustível, em relação ao gás liquefeito e a outras fontes de energia.
- A questão do preço fica condicionada a isso.
Durante a reunião realizada na quinta-feira, em Puerto Iguazú, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales, da Bolívia, Néstor Kirchner, da Argentina, e Hugo Chávez, da Venezuela, ficou garantido o fornecimento do gás da Bolívia para o Brasil. A decisão sobre o preço ficou para a próxima semana.
Há dois dias, em entrevista à Agência Boliviana de Informação (ABI), Evo Morales já previa a necessidade de aumento no preço do gás exportado.
- Sim, Brasil e Argentina têm que aumentar o preço do gás que estão comprando. Segundo o acordo, os preços já deveriam ter sido revisados em 2004. Lamento que os governos não tenham feito isso - disse o presidente boliviano.
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