As tentativas de negociação entre Brasil e Paraguai em torno do financiamento da construção de Itaipu são um "signo da crise" nas relações econômicas regionais, em especial o Mercosul, segundo o professor de direito internacional econômico da Universidade de Santa Catarina (UFSC), Welber Barral. "A crise da dívida com o Paraguai, da mesma forma que do gás com a Bolívia, tem como origem a falta de uma política de longo prazo", diz. "O problema foi claramente empurrado por governos anteriores dos dois países desde a construção de Itaipu."
Cabe ao Brasil, segundo Barral, ser um líder da América Latina, tanto pela sua força econômica quanto pelos interesses comerciais. "Esta política deveria ter em seus pilares a elaboração de estratégias de integração fundadas em regras claras e com ganhos recíprocos." É preciso prever, segundo o professor, mecanismos estáveis para a solução de controvérsias. Caso contrário, as crises se repetirão.
"Os litígios comerciais são naturais, mas é preciso ter regras claras para resolvê-los", diz o professor, lembrando também da recente crise entre Brasil e Argentina por causa da importação de trigo. Na semana passada, a Federação Argentina da Indústria de Moagem (Faim) acusou a alfândega brasileira de impor barreiras não-tarifárias à entrada de farinhas pré-mescladas argentinas. O governo brasileiro, no entanto, diz que há irregularides na documentação e o caso ainda precisa ser investigado.
Tebet defende acabar com aumento real de aposentadoria e outros benefícios; Gleisi rebate
O que é “pecado”? Cesta sem carne? Cerveja ou destilado? As polêmicas da reforma tributária
Caminho para o Brasil vender mais à Índia pode passar por Bollywood
Fernando Haddad: os desgastes e desafios do ministro da Fazenda
Deixe sua opinião