A eficácia da troca de comando no Banco do Brasil para melhorar o crédito não é consenso entre quem acompanha o setor. João Augusto Salles, analista da Lopes Filho e Associados, diz que o banco público não é grande o suficiente para fazer as outras instituições do mercado acompanharem uma baixa nos juros. "O problema do custo dos empréstimos no Brasil neste momento é o risco de inadimplência", diz Salles. Segundo ele, a mexida no comando do BB pode prejudicar acionistas minoritários e abalar a confiança na administração do banco.
Carlos Coradi, presidente da Engenheiros Financeiros & Consultores, tem uma visão mais simpática à mudança. "O BB teve um lucro que nunca se viu em sua história e uma rentabilidade superior aos melhores bancos brasileiros. Mas em crédito para as empresas, que estão demitindo e com uma enorme escassez de capital de giro, nada", comenta. O consultor diz que é hora de o banco melhorar o fluxo de recursos para pequenas empresas.
O governo também pode usar a Caixa Econômica Federal para mexer no crédito. Essa é a sugestão do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas em sua revista, a "Carta do Ibre". O governo deveria utilizar a Caixa, "que é 100% estatal, para estabelecer parâmetros de rentabilidade no setor bancário", diz o documento.



