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ENERGIA

Aneel leiloa apenas quatro dos 11 lotes previstos no leilão de transmissão

Leilão foi classificado como “não satisfatório” e, por isso, deve resultar em uma análise interna por parte da agência reguladora

O Leilão de Transmissão nº 1/2015, realizado nesta quarta-feira (26) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi encerrado com a contratação de apenas quatro dos 11 lotes licitados. O principal destaque da disputa foi a espanhola Isolux, ao conquistar os lotes D e H. Em ambos os casos, a companhia foi a única a apresentar proposta.

No lote D, composto por 436 km de linhas de transmissão e três subestações no Pará, a companhia apresentou uma proposta de Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 117,3 milhões, o que representa um deságio de 1,49% em relação ao valor máximo de R$ 119,1 milhões estabelecido pela Aneel. No lote H, composto por 250 quilômetros de linhas e quatro subestações, localizados em Rondônia, a proposta foi de R$ 96 milhões, com deságio de 0,12%.

A estatal goiana Celg Geração e Transmissão venceu a disputa pelo lote K, o único grupo de ativos que realmente originou uma disputa. A companhia ofertou uma RAP de R$ 17,849 milhões, com deságio de 15,5%, e superou a proposta de R$ 19,860 milhões apresentada pela State Grid. O lote K prevê a construção de uma subestação em Goiás.

O quarto lote leiloado foi o J, vencido pela Planova Planejamento e Construções S.A., empresa que atua no segmento de construção civil e montagens industriais. A companhia apresentou uma proposta de RAP de R$ 17,743 milhões, sem desafio em relação ao valor máximo estabelecido pela Aneel. O lote é composto por uma linha de transmissão com 158 km de extensão no Rio Grande do Sul. Os lotes A, B, C, E, F, G, e I não receberam propostas.

Resultado insatisfatório

O leilão de transmissão ficou aquém das expectativas da Aneel, afirmou o diretor da agência reguladora, Reive Barros. Com a contratação de quatro dos 11 lotes licitados, ou apenas 19% dos investimentos previstos antes do certame, o leilão foi classificado como “não satisfatório” e, por isso, deve resultar em uma análise interna por parte da Aneel.

“Precisamos fazer uma nova avaliação. Tivemos uma melhoria substancial em relação a leilões anteriores em termos de taxa de retorno ao investidor e de prazo maior, mas não foi suficiente. Precisaremos analisar com o Ministério de Minas e Energia, o Tribunal de Contas da União e com órgãos ambientais para garantir a melhora dos resultados dos próximos leilões”, afirmou Barros.

A análise ocorre em um momento no qual o governo tenta acelerar investimentos na área de infraestrutura. Além do leilão de hoje, a Aneel pretende promover outras duas licitações de projetos de transmissão até o início de 2016. Os três certames, juntos, deveriam movimentar mais de R$ 30 bilhões em investimentos, conforme projetado no mês passado pela agência reguladora.

Na busca por justificativas para o fraco resultado do leilão, o diretor da Aneel destacou que há um aparente descasamento entre lotes ofertados e possíveis interessados. “Percebemos que existe oferta muito grande e redução substancial de quantidade de empreendedores”, afirmou. Entre os potenciais interessados, muitas das empresas já possuem projetos em curso, alguns deles inclusive com cronograma atrasado. O leilão de hoje previa investimentos totais de R$ 7,8 bilhões.

Outro problema sugerido pela Aneel é a incerteza em relação ao câmbio, um dos fatores que determinam a rentabilidade de um projeto de transmissão.

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