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O juiz da 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Roberto Ayoub, confirmou nesta segunda-feira que o leilão da Varig foi antecipado para 5 de junho. Por conta da decisão, as ações da companhia quase drobraram de preço, fechando com um salto de 95%, cotadas a R$ 5,20.

Para o analista do Unibanco Carlos Albano o mercado gostou da confirmação de antecipar o leilão e deixou de trabalhar com a hipótese de fim da companhia.

- O mercado entendeu que a empresa não vai quebrar e investiu no papel - disse Albano, observando que ainda é cedo para falar se os aplicadores acreditam no êxito do leilão.

- Vai depender do que os investidores vão encontrar no data room da empresa. Só quando abrir é que a gente vai ter noção - afirmou.

Outros analistas, no entanto, alertam para o exagero da valorização.

- Isso é altamente especulativo. Não há nenhuma base técnica que justifique essa alta - comentou Tommy Taterka, operador da corretora Concórdia.

O juiz Luiz Roberto Ayoub, em seu despacho, afirmou que uma nova alteração na data só acontecerá se a empresa obtiver recursos para capital de giro referente a créditos de ICMS ou a aporte de investidores.

Já o coordenador do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), Marcio Marsilac, mostrou-se preocupado com a antecipação do leilão. Para ele, o fato de o "data-room" com as informações da empresa ser aberto na próxima quarta-feira e ter fechamento previsto para o dia do leilão permite pouco tempo para os investidores analisarem as informações e estruturarem suas propostas.

No leilão, os investidores poderão escolher entre comprar a Varig operacional inteira, pelo preço mínimo de US$ 860 milhões, ou apenas a parte doméstica, com preço mínimo de US$ 700 milhões.

O juiz Ayoub afirmou ainda ser "inconcebível decretar a falência de uma empresa que é credora da União e dos Estados", em referência a ações ganhas na Justiça pela companhia aérea.

Junto à União, a Varig tem a receber mais de R$ 3 bilhões, por conta de tarifas congeladas em planos econômicos de governos passados, e junto aos Estados há também créditos referentes a recolhimentos indevidos de ICMS.

Antecipado em um mês, o leilão é a alternativa encontrada para evitar a quebra da companhia, que já afirmou não ter mais recursos para continuar operando. A tentativa frustrada de empréstimo-ponte pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acelerou o processo, mas ainda há dúvidas se existem interessados de fato na compra da empresa.

O site do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro ratifica o leilão no dia 5 de junho e indica que o negócio ocorrerá na sede da Varig no Rio de Janeiro.

A consultoria responsável pela reestruturação, a Alvarez & Marsal, afirmou recentemente que existem 18 interessados na empresa, entre eles TAM, Gol e OceanAir.

Procuradas, as empresas não confirmaram o interesse. A Gol limitou-se a dizer, pela assessoria de imprensa, "que ainda não há nada confirmado", enquanto a TAM afirmou que vai "esperar a abertura do data room para uma eventual declaração".

A assessoria da OcenAir, por sua vez, informou que a empresa, hoje com cerca de 4% do mercado, desistiu de adquirir a Varig.

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