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Falta de energia

Ministério de Minas e Energia pede que Polícia Federal e Abin investiguem apagão

Apagão
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil.)

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O Ministério de Minas e Energia vai solicitar à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ao Ministério da Justiça, por intermédio da Polícia Federal, que investiguem as causas que levaram ao apagão desta terça (15).

A justificativa do ministro Alexandre Silveira é de que o setor é extremamente estratégico e sensível. Ele também não descartou a possibilidade de dolo no evento que atingiu quase todas as unidades da federação, tomando por exemplo ataques às linhas de transmissão realizadas no início do ano.

Segundo Silveira, o sistema energético brasileiro é extremamente robusto e opera em redundância. “Seriam necessários pelo menos dois eventos concomitantes para que houvesse um problema desses”, disse.

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Um deles, supostamente, teria ocorrido em uma linha de transmissão no Ceará. Porém, ele não deu maiores detalhes sobre qual teria sido o problema e onde teria ocorrido.

A falha na linha de transmissão no Ceará é mais uma hipótese a ser levantada como causadora do apagão. Ao longo do dia, surgiram outras teses: uma delas seria, segundo o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, um problema numa subestação de energia em Imperatriz (MA).

Outra apurada por “O Globo” junto a fontes da ONS é de que teria havido uma falha em uma subestação de Anapu (PA), a 20 quilômetros da hidrelétrica de Belo Monte. Uma terceira possibilidade, levantada por fontes citadas pelo “Valor” é de que cinco turbinas da usina Santo Antônio (RO) tenham saído do sistema simultaneamente.

O problema aconteceu em meio a um cenário de reservatórios cheios, economia freando e longe dos picos de consumo.

Robustez do sistema elétrico é questionada

A robustez do sistema é questionada por especialistas. “Pode haver fragilidades locais”, diz o consultor independente Rafael Herzberg. Ele cita o episódio do apagão no Amapá, em novembro de 2020, que deixou quase 800 mil pessoas sem energia durante 22 dias.

Dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) mostram que a robustez da rede básica de energia do Brasil – isto é, a capacidade de suportar contingências sem interrupção no fornecimento caiu neste ano ao menor nível desde 2016. Das 1.625 perturbações no Sistema Interligado Nacional (SIN), 123 (7,5%) resultaram em interrupção no fornecimento.

Críticas à privatização da Eletrobras

Silveira também aproveitou a oportunidade para criticar a privatização da Eletrobras, realizada em 2022. “Trata-se de uma empresa estratégica que deve ter sinergia com o poder público.”

O ministro disse que com a transferência da estatal para a iniciativa privada perdeu-se o braço operacional do governo no setor elétrico. E a privatização teria gerado instabilidade no setor elétrico, com os brasileiros perdendo nesse processo. “Ela tirou a possibilidade de um sistema harmônico na área elétrica”.

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