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Países altamente endividados não podem esperar que o crescimento econômico se fortaleça para apertar as condições fiscais, afirmou o gerente-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), Jaime Caruana. Durante a Reunião Anual Geral do banco dos bancos centrais, Caruana destacou que adiar os cortes nos gastos dos governos e o aumento das taxas de juros ameaçaria renovar os obstáculos para os mercados. "Nós não podemos esperar a retomada de um crescimento forte para dar início ao processo de correção da política", disse. Os comentários de Caruana foram feitos após a divulgação do relatório anual do BIS e depois da cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), realizada no fim de semana em Toronto, Canadá.

No relatório anual, o BIS afirmou que os formadores de política de todo o mundo enfrentam uma tarefa difícil para equilibrar o suporte para suas economias e mercados ainda frágeis e, ao mesmo tempo, evitar efeitos colaterais indesejados das prolongadas políticas de estímulo. Segundo o BIS, os bancos centrais terão de levar o impacto do necessário aperto fiscal em consideração quando avaliarem sua posição de política monetária. Porém, eles também devem ficar atentos às perigosas distorções que podem ocorrer por causa da manutenção das taxas de juros extremamente baixas por um período prolongado, acrescentou o relatório.

Caruana elogiou os governos europeus que estão lançando políticas agressivas para cortar os déficits orçamentários. Na cúpula do fim de semana, os países do G-20 concordaram em cortar à metade os déficits governamentais até 2013 e estabilizar suas dívidas até 2016. O BIS destacou os riscos impostos pelos altos níveis de dívida pública, afirmando que as preocupações com isso já ameaçam a recuperação da zona do euro (grupo dos 16 países que adotam a moeda única) e, no longo prazo, podem limitar o crescimento e dificultar a manutenção da inflação em um nível baixo e estável.

O BIS observou também que uma contínua deterioração das finanças públicas pode resultar em pressão política sobre os bancos centrais para que tolerem crescimentos de preços mais fortes e inflem as dívidas públicas. Em um caso extremo, dívidas altas e crescentes podem tornar os investidores menos dispostos a manter bônus do governo, forçando os bancos centrais a intervir no mercado. Nesse caso, uma alta nos juros poderia não ter mais efeito sobre a inflação, já que qualquer elevação aumentaria os pagamentos de juros da dívida e a própria dívida. As informações são da Dow Jones.

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