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Diferentemente do que ocorreu nos últimos sete dias, quando caminhoneiros bloquearam diversos pontos de estradas paranaenses, os usuários das rodovias que cruzam o estado trafegam normalmente pelas vias na manhã desta quarta-feira (1º). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), não havia nenhum ponto de interdição nas estradas do Paraná. Na terça-feira (31), o governo federal e líderes dos caminhoneiros fecharam um acordo, colocando fim às manifestações.

Segundo o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), a categoria deve deixar de fazer piquetes nas estradas pelo menos pelos próximos 30 dias. "Com o acordo, foi as manifestações foram desmobilizadas. Vamos entrar num período de negociações, para resolver esses impasses", disse o presidente do MUBC, Nélio Botelho.

O principal dos "impasses" a que ele se refere – e que motivou a greve – é uma resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que limitou a jornada de trabalho a 10 horas para os contratados e a 12 horas para os autônomos. Outra exigência são intervalos de 30 minutos a cada 4 horas trabalhadas e um repouso ininterrupto de 11 horas a cada 24 horas.

Segundo os caminhoneiros, não há infraestrutura na malha rodoviária do país para que a determinação seja cumprida. A principal preocupação é com relação a segurança dos motoristas. "Não há pontos de parada. Tem estradas que sequer têm acostamentos. O caminhoneiro não pode simplesmente estacionar no meio do nada, sem banheiro, sem água, se não há estrutura para isso", avalia Botelho.

Para acabar chegar ao acordo, o governo decidiu flexibilizar a fiscalização: nos próximos 30 dias, os caminhoneiros que descumprirem a nova norma da ANTT não serão multados. Serão feitas apenas fiscalizações educativas. Enquanto isso, as lideranças dos caminhoneiros continuam negociando com o governo. O próximo encontro está marcado para o dia 8 de agosto.

"Vamos ver com o [Palácio do] Planalto se têm condições de editar uma MP [medida provisória] para suspender essa lei [que determina a nova jornada de trabalho] até que se tenha condições de cumprir a norma", disse Botelho.

Os outros dois pontos que o governo atendeu foram: a paralisação de novos registros para transportadores; e a igualdade de condições entre pequenos e grandes transportadores na hora de fazer o registro eletrônico do pagamento dos fretes.

A greve

A paralisação dos caminhoneiros começou em 25 de julho. Desde o primeiro dia de greve, houve manifestações e bloqueios nas estradas do Paraná, tanto em rodovias federais quanto em estaduais. Em alguns pontos, foram registrados atos de vandalismo, com apedrejamento de caminhões que se recusavam a parar nos piquetes. O caso mais grave ocorreu em Mamboré,onde um manifestante morreu, após ter sido atropelado por um ônibus de turismo. Na terça-feira (31), houve cerca de 25 pontos de interdição em rodovias do Paraná

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