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Após demitir 1,3 mil funcionários em novembro do ano passado, a Vale apresentou ontem proposta a sindicatos de garantia de emprego, até 31 de maio, caso os trabalhadores concordem com licenças remuneradas com 50% do salário. De acordo com a empresa, a iniciativa evitaria novos cortes até que haja uma reorganização de sua produção e que um cenário mais claro do mercado mundial possa ser traçado.

O diretor global de Recursos Humanos e Desenvolvimento Organizacional da Vale, Marco Dalpozzo, classificou a proposta da empresa como a "mais moderna e adequada" e disse esperar fechar a negociação nos próximos dias. "A intenção da Vale é ganhar tempo, porque a empresa não tem uma visão clara sobre o cenário do mercado nos próximos meses", afirmou ele.

De acordo com a proposta apresentada pela Vale, a licença remunerada com 50% do salário-base garantirá mínimo de R$ 856, conforme previsto no Acordo Coletivo de Trabalho. Também foi oferecida a manutenção integral de todos os benefícios, tais como assistência médica, previdência complementar e cartão-alimentação. Em caso de necessidade operacional, a licença remunerada poderá ser interrompida.

A Vale não informou, no entanto, quantos trabalhadores serão colocados em licença remunerada. Atualmente, a empresa tem 45 mil funcionários em todo o país.

Encomendas

Em meio à queda de produção de minério de ferro no último trimestre de 2008, a Vale anunciou ontem contrato com três estaleiros nacionais para a construção de 49 embarcações, no valor total de R$ 398,6 milhões. Foram encomendados 15 rebocadores e dois comboios fluviais, com entregas que se iniciam este ano e se estendem até 2010 e que devem gerar, segundo a companhia, 2,3 mil empregos diretos e indiretos.

O diretor de Portos e Navegação da Vale, Humberto Freitas, disse que a empresa manteve a decisão de fazer as encomendas por acreditar na recuperação do mercado no longo prazo. "Estas embarcações têm prazo de entrega para daqui a dois anos, dois anos e meio. Nós continuamos confiantes de que a crise vai se reverter e a gente vai voltar ao movimento normal daqui a três, quatro anos. Voltar ao normal significa crescimento. Queremos deixar nossos portos mais eficientes."

A compra das embarcações foi anunciada no dia seguinte à divulgação, pela Vale, de queda de 26,3% em sua produção de minério de ferro no quarto trimestre do ano passado, quando comparado ao trimestre anterior. O impacto dos três últimos meses do ano fez com que a empresa encerrasse 2008 com a produção 0,5% inferior a de 2007, para 301,696 milhões de toneladas.

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