A decisão do governo de reduzir o esforço fiscal e abrir espaço para mais desonerações como forma de estimular a economia deverá reverter a tendência de queda do endividamento público dos últimos anos. Projeções do banco Santander já apostam em uma elevação da dívida líquida do setor público para um montante equivalente a 38% da produção medida pelo PIB (Produto Interno Bruto).
Relatório do banco, que é um dos primeiros a abandonar a trajetória de queda no endividamento oficial, enfatiza que esse maior relaxamento fiscal se dará num cenário de menor crescimento econômico, o que deverá levar a dívida para a 38% do PIB. Essa relação, em queda nos últimos anos, fechou 2012 em 35,2% do PIB.
O Itaú também já adotou a mesma linha e prevê que a dívida chegue a 35,9% do PIB no final deste ano e em 36,3% do PIB no último ano da gestão Dilma Rousseff (2013), seguindo tendência de alta nos anos seguintes até chegar a 42,1% em 2020.
Essas projeções derrubam o argumento da equipe econômica de que o recente relaxamento fiscal com ampliação de gastos e desonerações de impostos para estimular a economia não afetarão a trajetória de queda do endividamento.
CautelaApesar da reversão, os economistas do Santander enfatizam que isso não deverá trazer maiores consequências no curto prazo para o país.
"A mensagem principal aqui não é de desespero", destaca o documento, que recomenda "cautela" nessa área.
Nas projeções do banco, a dívida deve subir, mas não deverá romper os 43% do PIB, nível registrado quando o Brasil recebeu o título de grau de investimento -classificação atribuída pelas agências internacionais de risco a países considerados destinos mais seguros para os investidores.
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