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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou cancelar a viagem de uma comitiva brasileira ao Equador depois que o presidente equatoriano, Rafael Correa, decidiu expulsar a construtora Norberto Odebrecht do país.

A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (9) em nota pelo Ministério das Relações Exteriores. A missão cancelada por Lula trataria de temas relacionados a investimentos em infra-estrutura.

Segundo a nota, o presidente determinou ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, instruir o embaixador do Brasil no Equador, Antonino Marques Porto e Santos, a entrar em contato com a chancelaria equatoriana para transmitir-lhe que "em face dos últimos desdobramentos envolvendo empresas brasileiras naquele país, que contrastam com as expectativas de uma solução favorável quando do recente encontro entre os dois presidentes em Manaus, o governo brasileiro decidiu postergar sine die [sem data marcada] a ida ao Equador de uma missão chefiada pelo ministro dos Transportes [Alfredo Nascimento], programada para o próximo dia 15", diz a nota.

Em Manaus, Lula e Correa tiveram uma longa conversa sobre os desentendimentos entre a construtora e o país vizinho. Na saída desse encontro, Amorim disse que o Brasil estava confiante em uma solução negociada entre as partes e na manutenção da empresa no Equador. O encontro ocorreu no dia 30 de setembro.

No mesmo dia, Correa disse que ainda estava analisando os compromissos assumidos pela empresa por meio de uma carta enviada a ele e que, até aquele momento, a construtora continuava fora do país.

Após a Odebrecht, Correa ameaçou expulsar a Petrobras do país. Segundo ele, a empresa não tem implementado o plano de investimentos combinado.

O governo equatoriano alega que a Odebrecht se recusou a pagar indenização por danos que teriam sido provocados pela Usina de San Francisco, construída pela empresa.

A central hidrelétrica San Francisco é a primeira no mundo totalmente subterrânea. Custou quase R$ 500 milhões. A usina está localizada no pé do vulcão Tunguraha, a 220 km ao sul de Quito, e fornece 12% da energia de todo o Equador.

Porém, segundo o governo equatoriano, falhas estruturais causaram a interrupção da energia nos últimos dois meses, provocando sérios prejuízos ao país.

Correa assinou um decreto determinando a expulsão da empreiteira do país. Com isso, todos os bens da empresa foram embargados. Militares ocuparam obras da construtora, que incluem uma estrada, um aeroporto e outra hidrelétrica.

Ele também suspendeu os direitos constitucionais de quatro brasileiros, diretores da empreiteira: Fábio Gandolfo, Luiz Antonio Mameri, Fernando Bessa e Eduardo Gedeon.

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