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Operadores na BM&F, em São Paulo: dia de compras após o tombo de segunda-feira. | Paulo Wwitaker/Reuters
Operadores na BM&F, em São Paulo: dia de compras após o tombo de segunda-feira.| Foto: Paulo Wwitaker/Reuters

Tensão global leva o ouro ao topo do ranking mensal

A deterioração do cenário internacional elevou o ouro ao topo do ranking dos investimentos em setembro – um dos piores meses do mercado financeiro nos últimos anos. Com medo da dimensão da crise americana e os impactos na economia real, os investidores correram para a aplicação considerada mais segura em momentos de turbulência como o atual.

A forte demanda, aliada à alta do dólar no mercado doméstico, fez o ouro subir 22,5% no mês e superar com folga as demais aplicações. É a maior alta mensal do metal desde janeiro de 1999, quando o Brasil passou por uma dura crise cambial.

Na contramão, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) teve o pior desempenho desde abril de 2004 e ficou na lanterninha do ranking de investimentos, com queda de 11,03% no mês.

"Infelizmente na bolsa há dois sentimentos que atrapalham as aplicações", avalia o administrador de investimentos Fabio Colombo. "O primeiro é o medo, que faz os investidores venderem as ações no momento em que deveriam comprar. O outro é a ganância, que faz o investidor comprar ações quando a bolsa está muito alta." Um erro crasso entre os investidores. "Por isso, os pequenos sempre perdem dinheiro, porque saem no momento errado."

Agência Estado

  • Como agir diante da crise

Após iniciar a semana com seu pior pregão em quase uma década, a Bovespa conseguiu respirar ontem e encerrou com forte valorização de 7,63%, para 49.541 pontos. Na segunda, havia caído 9,36%, sua maior baixa desde janeiro de 99.

O desempenho do mercado acionário brasileiro não foi exceção ontem: as bolsas registraram ganhos nos principais centros financeiros. Quem esteve na rota contrária foi a Ásia. A Bolsa de Tóquio, por exemplo, recuou 4,12%.

Depois do fracasso do governo Bush na tentativa de aprovar seu pacote de socorro bilionário no Congresso dos EUA – fato que sacudiu os mercados financeiros anteontem –, os investidores esperam uma solução para os próximos dias. Essa perspectiva, somada aos deteriorados preços das ações, levou os investidores às compras. Como foi o último dia do mês, muitos fundos de investimento aproveitaram a oportunidade para tentar encontrar pechinchas e melhorar os retornos de suas carteiras.

A Bovespa terminou setembro com queda de 11,03%, em seu quarto mês seguido de depreciação. Com isso, a maioria dos fundos de ações deve ter encerrado o mês no vermelho.

Em São Paulo, apenas três das 66 ações do índice Ibovespa registraram perdas ontem. No pregão de segunda, todos os papéis recuaram.

A ação ordinária da BM&FBovespa liderou os ganhos de ontem, com apreciação de 17,07% – no dia anterior, havia recuado 20,21%. O papel PN da Petrobras subiu 7,17%.

Todavia, a melhora não significa uma mudança de rumo dos mercados.

"A volatilidade se mantém muito elevada. O mercado prossegue muito imprevisível e continua sujeito a dias bem ruins e outros muito bons, como temos presenciado nas últimas semanas. O pacote tem de sair de uma forma ou de outra, pois não podemos esquecer que há risco de uma crise sistêmica", diz Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset.

Dólar

No mercado de câmbio, o movimento foi similar ao da bolsa. O dólar terminou com queda de 3,15%, vendido a R$ 1,904. Na segunda, tinha disparado 6,2%, tendo encostado em R$ 2 durante o dia. Mesmo com a baixa de ontem, o dólar se apreciou 16,45% no mês. Analistas têm afirmado ser muito difícil o dólar retornar para suas mínimas recentes – há dois meses, a moeda rondava os R$ 1,56.

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