• Carregando...
Sede da Superintendência Regional do Trabalho do Paraná (SRT-PR), em Curitiba: faixa relembra que Lupi fez promessas para a categoria | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Sede da Superintendência Regional do Trabalho do Paraná (SRT-PR), em Curitiba: faixa relembra que Lupi fez promessas para a categoria| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A Superintendência Regional do Trabalho do Paraná (SRT-PR) vai aumentar em 50% o número de senhas de atendimento fornecidas ao dia à população para regularizar os trabalhos acumulados após 40 dias de greve dos servidores administrativos do Ministério do Trabalho (MTE). Estima-se que 40 mil carteiras de trabalho deixaram de ser entregues em todo o Paraná – 2,5 mil apenas em Curitiba – por conta da paralisação.

Ontem, primeiro dia de atendimento após o fim do movimento, o órgão elevou de 80 para 120 o número de senhas de atendimento. O superintendente da SRT-PR, Ricardo Honório Alves, acredita que com isso a demanda atrasada deverá estar regularizada em cerca de 30 dias. "O número de senhas, tanto de entrada do requerimento como de entrega de carteiras, foi aumentado para que a demanda possa ser agilizada, amenizando o prejuízo do trabalhador", afirma.

Segundo ele, o prazo de entrega da carteira de trabalho continua sendo de 15 dias. Já o tempo de espera para a liberação do seguro-desemprego dependerá da análise dos documentos e do prazo definido pelo MTE, em Brasília.

Questionado se haverá algum tipo de prioridade no atendimento de situações urgentes – tanto na liberação do seguro desemprego quanto na confecção de documentos para quem necessita deles para começar a trabalhar –, o superintendente diz que cada caso deverá ser analisado se houver o pedido do requerente. "A intenção é ajudar o trabalhador", garante.

Apesar da fila que começou a se formar ainda na madrugada, o movimento era normal durante a tarde de ontem na sede da SRT-PR. A única lembrança da greve era uma faixa do sindicato da categoria, cobrando supostas promessas feitas pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

Ao ser informado por sua mãe sobre o fim da greve, o estudante Guilherme Augusto foi ao local para tentar pegar a sua carteira de trabalho. Ele conta que deu entrada no pedido do documento no dia 16 de outubro, mas, com a paralisação, teve que esperar até ontem para poder retirá-lo. "A greve me atrapalhou. A essa altura já poderia estar empregado, mas pelo menos saio daqui com a carteira na mão, pronto para procurar um emprego", comemora. O servidor Gilberto Félix da Silva Júnior, membro do comando estadual de greve e diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social do Estado do Paraná (Sindiprevs-PR), no entanto, não crê que o movimento tenha prejudicado diretamente a população. "Os serviços prestado pelo ministério do Trabalho não são urgentes para o trabalhador. Há uma cultura no país que diz que a carteira é imprescindível, de que o trabalhador sem a carteira de trabalho não é ninguém. É mentira", argumenta. Segundo ele, nenhum serviço prestado pelo órgão é imediato e os prazos, normalmente, oscilam entre 30 e 120 dias. "Com greve ou sem greve, em alguns casos o trabalhador pode esperar até um ano para liberação do dinheiro do seguro desemprego", diz. Do ponto de vista sindical, o diretor comemorou os 40 dias de paralisação, que significou a maior greve dos servidores do Ministério do Trabalho.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]