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Dólar sobe e se aproxima de R$ 2,43

com Fed e preocupação com emergentessegunda-feira, 27 de janeiro de 2014 17:15 BRST ImprimirO dólar subiu mais de 1% nesta segunda-feira e voltou a se aproximar do nível de R$ 2,43, com investidores se protegendo da possível aceleração da redução do estímulo econômico nos Estados Unidos e sob fluxos de saída de divisa, apesar das expectativas de que o Banco Central brasileiro possa intensificar suas intervenções. Pesou ainda a aversão a risco sobre os mercados emergentes que tem afetado os mercados financeiros nos últimos dias.

A moeda norte-americana avançou 1,17%, a R$ 2,4260 na venda após bater R$ 2,4276 na máxima e R$ 2,3910 na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,4 bilhão de dólares. "A preocupação do mercado continua sendo se resguardar da decisão do Fed. Qualquer vacilo acaba levando o pessoal a se proteger", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Investidores trabalham sob expectativa de que o Fed possa anunciar na quarta-feira mais um corte de 10 bilhões de dólares em seu programa de compras mensais de títulos, ante os atuais 75 bilhões de dólares, reduzindo ainda mais a oferta global de liquidez.

Mas o mercado ainda especula sobre a possibilidade de que o banco central norte-americano acelere o processo de retirada do estímulo, adicionando um componente de incerteza nas praças financeiras. Desde a semana passada, somou-se a essa ansiedade uma onda global de preocupação com a situação econômica dos mercados emergentes. Só na última quinta-feira, o peso argentino desabou 11 por cento sobre o dólar.

Contudo, analistas afirmam que a perspectiva de que o Banco Central brasileiro possa intensificar as atuações de forma a evitar que o fortalecimento do dólar contamine a inflação tende a amortecer os movimentos do câmbio do mercado doméstico. "O pessoal já sabe que o BC aqui está de olho, principalmente com as declarações do Tombini de hoje", afirmou o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou em Londres que a autoridade monetária está trabalhando para combater o repasse do câmbio aos preços. A constante presença do BC no câmbio levou o dólar a operar dentro da banda de 2,35 a 2,40 reais praticamente desde o início do ano, considerada pelo mercado como interessante para ajudar nas exportações brasileiras sem pressionar a inflação.

Depois de um dia de volatilidade, a Bovespa fechou com leve queda nesta segunda-feira (27), ainda repercutindo preocupações sobre a redução dos estímulos à economia norte-americana, associadas à aversão ao risco de investidores com os mercados emergentes. O Ibovespa fechou pelo terceiro pregão consecutivo com variação negativa, de 0,18%, a 47.701 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 5,6 bilhões.

Na sequência de quatro quedas semanais seguidas, o Ibovespa tentou se sustentar no azul diversas vezes ao longo do dia, mas o peso das ações de Ambev, CSN e Oi ofuscaram a alta de papéis do setor financeiro no final da sessão. "Não havia motivo para apontar para cima, já que temos uma semana tumultuada com reunião do Federal Reserve e (divulgação do) Produto Interno Bruto dos Estados Unidos, que devem deixar os ânimos acirrados com a expectativa de retirada de estímulos (nos EUA)", afirmou o analista da Banrisul Corretora Fábio Gonçalves.

Investidores trabalham sob expectativa de que o Fed possa anunciar na quarta-feira mais um corte de 10 bilhões de dólares em seu programa de compras mensais de títulos, ante os atuais 75 bilhões de dólares, reduzindo ainda mais a oferta global de liquidez.

Segundo o operador de renda variável Luiz Roberto Monteiro, da Renascença DTVM, além do temor de uma aceleração no ritmo de corte do programa do Fed, preocupações quanto à crise na Argentina, a perspectiva de aumento do dólar e a dúvida sobre o rating brasileiro ainda pairam sobre o mercado, que está operando no curtíssimo prazo.

No fronte corporativo, a operadora Oi e a Energias do Brasil tiveram as maiores quedas percentuais do dia. Por outro lado, as ações da Brookfield Incorporações foram destaque de alta do pregão, depois da companhia confirmar que avalia uma oferta pública para fechar capital. A Brookfield acrescentou que, como alternativa estratégica, também avalia uma capitalização via emissão de novas ações.

Em nota, analistas do Credit Suisse afirmaram que uma potencial deslistagem seria benéfica aos atuais acionistas, devido ao atual valor pressionado da ação. "Por outro lado, um potencial aumento de capital, apesar de necessário, considerando os atuais níveis de alavancagem, poderia diluir muito acionistas minoritários que não sigam a oferta", acrescentaram.

Fora do Ibovespa, a ação da B2W subiu 41,61 por cento, com o mercado recebendo bem o anúncio da companhia de comércio eletrônico de que seu Conselho de Administração aprovou um aumento de capital privado da empresa.

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