• Carregando...

Uma reunião entre bancários e representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) hoje à tarde, em São Paulo, deve definir se paralisações de alerta feitas ontem, durante todo o dia, na semana passada, em várias agências do país, vão se transformar em greve por tempo indeterminado nos próximos dias. Ontem, segundo informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), 80% dos bancários brasileiros não trabalharam, em protesto contra a decisão dos bancos de não reajustar o salário dos funcionários este ano. Em Curitiba, 43 agências do centro (inclusive o atendimento nos caixas eletrônicos) foram fechadas pelo Sindicato dos Bancários da capital.

"Fiz uma compra parcelada em três vezes, mas só estava com dois cheques. Sabia que haveria paralisação, mas não imaginava que eles iam fechar os caixas automáticos", diz a dona de casa Elza Nakai, que teve de andar cerca de dez quadras para encontrar um terminal de saque funcionando na região central de Curitiba. Os usuários que procuraram agências bancárias nas ruas mais centrais da cidade foram os mais prejudicados pela greve.

A algumas quadras do centro já era possível encontrar agências de bancos públicos e privados abertas ou com atendimento parcial, por meio dos terminais eletrônicos. Nos bairros, poucos bancos chegaram a fechar – 17 agências, segundo o sindicato. Na agência do Banco do Brasil no bairro Bacacheri, a falta de parte dos funcionários levou um dos gerentes a assumir o atendimento nos caixas.

De acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba, outras nove cidades do Paraná também fizeram paralisações: Apucarana, Arapoti, Assis Chateaubriand, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama. "Fechamos as principais agências e prédios de bancos de Curitiba. Só na capital calculamos a participação de seis mil bancários", diz o diretor-financeiro do Sindicato de Bancários de Curitiba e representante da capital no comando nacional, Otávio Dias. Além do Paraná, também houve paralisações no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraíba, Alagoas e Bahia. Em Vitória da Conquista, na Bahia, a Polícia Militar foi chamada para acabar com o bloqueio feito por grevistas na porta de uma agência do Bradesco.

A Fenaban havia divulgado em nota à imprensa que a federação e os bancos tomariam todas as medidas possíveis para manter livre o acesso do público e dos funcionários às agências. A federação classificou como "indevida" a paralisação de ontem "porque [a greve] foi convocada com o sindicato plenamente ciente da convocação de nova reunião amanhã [hoje]". Segundo a Fenaban, quem deixou de fazer pagamentos que venciam ontem terá de pagar juros, pois havia alternativas de atendimento como internet, telefone e correspondentes (lotéricas, farmácias, supermercados).

Bancos e bancários se encontram às 15 horas para negociação. Os bancários reivindicam um aumento real de 7,05%, além da reposição da inflação e participação maior nos lucros e resultados – 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1,5 mil. Desde a metade de agosto a categoria vem pressionando os bancos. "O indicativo, por enquanto, é de continuidade de greve por tempo indeterminado. Mas, considerando os prazos legais para convocação de assembléias, isso só deve acontecer na próxima semana", afirma Dias.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]