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A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) classificou de "tecnicamente descabidas" as "insinuações tendenciosas" sobre a diferença entre o custo da dragagem do Canal da Galheta, em 2009, e a dragagem emergencial dos berços de atracação do Porto de Paranaguá, iniciada na segunda-feira. As afirmações são uma resposta ao que o senador Roberto Requião escreveu ontem no Twitter. Requião disse que a dragagem da Galheta, feita quando ele ainda era governador, foi bem mais barata, e alertou para esse fato a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça Federal de Paranaguá. "Atenção PF, MP, JF de Pgua. A dragagem da Galheta custou R$ 7.50 o metro cúbico, a dragagem emergencial do Beto custa R$ 22.00. SOS", postou o senador.

Segundo a Appa, a dragagem de 2009 custou R$ 29,367 milhões, ou R$ 7,99 por metro cúbico, do que se deduz que foram retirados pouco menos de 3,7 milhões de metros cúbicos de detritos do Canal da Galheta. A obra atual, por sua vez, custará R$ 2,5 milhões e prevê a retirada de 110 mil metros cúbicos dos berços de atracação. O valor do metro cúbico, segundo a Appa, é de R$ 19 – no entanto, a divisão do valor total pelo volume a ser retirado resulta em R$ 22,73 por metro cúbico, pouco mais que o afirmado por Requião.

Questão de distância

Segundo a Appa, a explicação para a diferença de custos entre as obras de 2009 e 2011 está na distância entre o local dragado e a área onde os sedimentos se­­rão despejados. O ponto de despejo é o mesmo nos dois casos; mas fica a 16 quilômetros da área dragada no ano passado e a 45 quilômetros do local atual.

"Esta distância até três vezes maior encarece todo o processo, pois basicamente o principal componente do custo da dragagem é o custo do transporte do sedimento recolhido", informou a autarquia, em nota. "Além disso, o volume atual que está sendo dragado é menor e, quanto menor o volume, mais caro fica o custo unitário. Outro fator preponderante é a área que está sendo dragada, que fica junto ao cais e exige mais cuidado do que uma dragagem feita em mar aberto, demandando muito mais tempo inclusive em manobras."

Congestionamento

Com 5 dos 14 berços de atracação desativados por causa da dragagem, uma quantidade significativa de navios se acumula na área de fundeio de Paranaguá. A primeira etapa da obra, restrita aos cinco berços de exportação de granéis e fertilizantes, deve ficar pronta em oito dias. "O ganho futuro da dragagem é muito mais lucrativo que os transtornos que estamos tendo", disse o superintendente da Appa, Airton Maron.

Uma draga holandesa trabalha 24 horas por dia para retirar todo o material acumulado em seis anos sem dragagem no cais. A draga tem 4,9 mil metros cúbicos de cisternas e demora cerca de uma hora e meia para percorrer o trecho a ser dragado, mais quatro horas e meia para levar os detritos até o ponto de despejo, em mar aberto.

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