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Apesar do anúncio de milhares de vagas em oferta e da promessa de bons salários, os concursos públicos guardam uma amarga surpresa para muitos candidatos que investiram tempo e dinheiro para obter um emprego seguro e que conseguiram ser aprovados nas difíceis provas.

A classificação, mesmo que em primeiro lugar, não assegura o emprego ao candidato. É o que revela uma reportagem publicada na edição desta sexta-feira do Jornal Nacional, da TV Globo.

Um dos exemplos citados é o de Thomas, um jovem que estuda para ser ator na concorrida Universidade de São Paulo (USP), mas que agora passa o dia se preparando para ser escriturário e garantir a estabilidade oferecida pelo Banco do Brasil.

- Pode demorar cinco anos. Eu tenho um colega que foi chamado com quatro anos e meio de espera - diz ele.

A exigência é de Segundo Grau completo e o trabalho é de apenas meio período, com salário superior a R$ 1 mil. Do concurso do Banco do Brasil vai resultar uma lista de mais de 11 mil classificados mas, segundo a legislação, o banco não é obrigado a contratar sequer o primeiro colocado na prova.

O Banco do Brasil informa que está formando um cadastro de reserva para quando for contratar, o que não garante o emprego, mesmo que o nome do candidato esteja na sonhada lista dos classificados.

- O importante é que a pessoa se classifique dentro do número de vagas, porque aí é certeza que vai ser chamado e rápido - imagina, equivocadamente, o administrador de empresas, Thiago Sayão.

O bacharel em direito, Marcelo Duarte, que se prepara para disputar pela quarta vez um concurso público, foi bem classificado na prova para guarda civil. Mas ainda não foi chamado.

- A gente estuda, se dedica, passa, fica ligando, ligando, ligando e nada - reclama, desanimado.

Especialistas aconselham que, para evitar frustração, perda de tempo e de dinheiro, o candidato deve ler cuidadosamente o edital do concurso no Diário Oficial, em jornais ou na internet, conferindo o número de vagas, salário e o que vai cair nas provas.

A advogada Alexandra Maso Cerce é uma "concurseira". Ela disputa vários concursos para chegar ao emprego dos sonhos, de juíza federal, cujo salário passa de R$ 15 mil. Ela acha que o valor justifica o investimento feito até agora.

- Moradia, inscrição para concurso, viagens para outros estados, material, apostila, tudo. Deu aproximadamente uns R$ 100 mil - calcula.

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