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Mobilização reuniu 80 mil pessoas no centro do Rio de Janeiro: ponto facultativo após o meio-dia e operários do PAC liberados para integrar a passeata | Paulo Vitor/AE
Mobilização reuniu 80 mil pessoas no centro do Rio de Janeiro: ponto facultativo após o meio-dia e operários do PAC liberados para integrar a passeata| Foto: Paulo Vitor/AE

Rio de Janeiro - Um ato político sem discurso de políticos; uma manifestação popular sustentada pela máquina pública. Assim pode ser definida a mobilização que reuniu ontem no centro do Rio, sob temporal, cerca de 80 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, que responderam à convocação do governador Sérgio Cabral (PMDB) para protestar contra mudanças na lei que regula repasses a estados e a municípios calculados a partir da produção de petróleo no país.

Houve ponto facultativo no estado e em muitos municípios, e operários do PAC pararam os trabalhos ao meio-dia e foram obrigados a ir ao evento.

A falta de discursos no palanque deixou sem tom político a manifestação, resumida a show de música, com artistas, como Xuxa, esporadicamente criticando a emenda dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG), que redistribui os royalties do petróleo, o que deve tirar cerca de R$ 7,5 bilhões de receitas do estado do Rio.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), foi o único político a falar, por cerca de um minuto, e disse que era um evento de celebração, com "a cara do Rio", iniciada com um funk preparado para o ato que dizia: "Pré-sal é nosso sim/É do nosso povão/Não adianta olho grande e ambição".

Para Cabral, foi um sucesso. "Vocês estão preocupados com isso? Milhares vieram, foi evidentemente um ato político, com gente de todos os partidos. Além de muita chuva, ia ser uma discurseira muito longa e os artistas tinham que dar a sua mensagem. Eu e [o governador do Espírito Santo, Paulo] Hartung já estamos falando todo dia sobre isso."

Coube aos 5 mil policiais militares organizar o caos, sem sucesso. Vestidos com a camisa oficial da manifestação, carregavam cordas da área vip, para políticos e convidados. A concentração começouno fim da tarde, com 45 minutos de atraso, em frente à igreja da Candelária. Por causa da chuva, andou rapidamente. Menos de meia hora depois já havia chegado à Cinelândia.

"O que é royalty"?

Longe do palco, entre uma foto e outra com os amigos, o funcionário da Companhia Estadual de Águas e Esgotos Plínio Silva dos Santos, 37, pediu ajuda aos amigos para explicar o mote da passeata. "É que eles querem levar nosso dinheiro para outros estados’’. Que dinheiro? "É o dinheiro do petróleo, que não é do pré-sal, é do pós-sal, sabe como é", ensinou o amigo, também funcionário da Cedae, Roger Goboni, 46. E os royalties? "Vixe... O que é royalty?’’

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