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Pelo segundo dia seguido, vigilantes e empresas não chegaram a um acordo em audiência mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). No início da tarde de ontem, o Sindicato das Empresas de Segurança e Vigilância do Estado do Paraná voltou a apresentar uma proposta de reajustes no mesmo percentual da inflação. Como os vigilantes rejeitaram a oferta, a greve entra hoje no terceiro dia. A maioria das agências do es­­tado está sendo afetada.

Como a lei proíbe o funcionamento dos bancos sem a presença de pelo menos dois vigilantes, as agências não podem abrir as portas e os serviços ficam restritos aos caixas eletrônicos. Se­­gun­­do o Sindicato de Vigilantes de Curitiba e Re­­gião, das 336 agências em Curi­­tiba, 270 fecharam as portas ontem. Em Londrina, a greve tem 100% de adesão. Em Maringá, 90%.

Bancários e outros funcionários de agências tiveram trabalho prestando orientações aos clientes na área do autoatendimento. A estudante universitária Elis Jacques, 21 anos, foi uma das prejudicadas. "Vim para fazer cartão. Como está em greve, vou ter de me arranjar", diz.

Denúncias

De acordo com o Sindicato dos Vigilantes, funcionários da empresa responsável pela segurança da Caixa Eco­nômica Federal (CEF) da Praça Carlos Gomes, no Centro de Curitiba, teriam usado aparelhos de choque contra grevistas. "Nunca vi uma coisa dessas na minha vida", disse o presidente da entidade, João Soares. Na mesma agência, cerca de 20 vigilantes do monitoramento estariam, também segundo o sindicato, confinados por mais de 15 horas. Uma denúncia chegou a ser protocolada no Ministério do Trabalho e Emprego. O vigilante Simião Oliveira relata ainda que foi fotografado por funcionários de empresas de segurança. "Não sei o que eles queriam de mim", diz.

Na audiência de ontem, o procurador Alberto Emi­liano Neto, do MPT, alertou para que a liberdade sindical seja observada e afirmou que irá atuar em caso de ilegalidades. Procurado pela reportagem, o sindicato patronal não se manifestou até o fechamento desta edição. Em nota divulgada nesta semana, a Federação Nacional dos Bancos se posicionou contra a greve. "É lamentável que a sociedade fique refém dessa estratégia que prejudica o atendimento ao público", diz o texto divulgado à imprensa.

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