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A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou, na manhã desta terça-feira (18), que a empresa concluirá em até 30 dias a auditoria interna que investiga as denúncias de pagamento de propina a funcionários da petroleira pela fornecedora holandesa SBM, de quem aluga sete plataformas e tem outras duas encomendadas.

Foi a primeira vez que a executiva comentou o caso, e pela primeira vez a empresa usou a expressão "auditoria interna".

"Iniciamos na semana passada um processo de auditoria dentro da companhia. Estamos trabalhando para concluir em trinta dias e, ao longo desse período, não damos nenhuma informação sobre o assunto", disse Foster.

Perguntada sobre o encaminhamento das informações obtidas, Graça Foster disse que será necessário "trabalhar as informações obtidas para tomar posições".

A presidente da Petrobras também não comentou a respeito do consultor apontado nas denúncias como responsável pelo encaminhamento dos pagamentos feitos pela SBM à petroleira, Julio Faerman.

Na semana passada, a SBM confirmou à Folha de S.Paulo ter fornecido "voluntariamente" informações sobre um esquema de "práticas comerciais impróprias" detectado internamente, envolvendo pagamentos realizados "em dois países da África e um país fora da África". A SBM não citou Brasil nem Petrobras, mas reconheceu que um ex-funcionário havia tentado obter 3 milhões de euros para não fazer revelações de documentos sobre a fraude e que, depois disso, houve uma publicação no site colaborativo Wikipedia.

Esta publicação, datada de outubro de 2013 e assinado por um ex-funcionário anônimo, detalha o pagamento de propinas feitos a empresas e autoridades em sete países, com o objetivo de acelerar o fechamento de contratos, no total de US$ 275 milhões, tendo sido o maior volume de recursos, US$ 139,2 milhões, pago a funcionários da Petrobras. O documento cita ainda Julio Faerman como o intermediário dos pagamentos.

No relato, o ex-funcionário, identificado pela revista "Veja" como Jonathan Taylor, afirma ter tido acesso a e-mails e depoimentos de altos executivos em que comentavam sobre os pagamentos, sobre acordos um deles, segundo ele, seria para tratar da prorrogação de um contrato sem licitação e sobre a preocupação dos executivos de "tirar o Brasil" das informações levantadas na investigação interna.

As empresas Oildrive e Faercom, do empresário Julio Faerman, negam envolvimento no caso.

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