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Milho de sobra em Mato Grosso interessa a  empresas do Paraná | Asscom/ Aprosoja
Milho de sobra em Mato Grosso interessa a empresas do Paraná| Foto: Asscom/ Aprosoja

15,6 milhões de toneladas é o tamanho da safra de inverno de milho no Mato Grosso. Devido à abundância do grão, a saca está sendo negociada por lá entre R$ 20 e R$ 23,50. O valor é atraente para os avicultores do Paraná, que estão pagando R$ 30 por saca.

A avicultura do Paraná conseguiu ontem garantia de apoio do governo estadual para uma série de reivindicações apresentadas em Brasília no início de agosto mas ainda sem efeitos práticos. O secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Norberto Ortigara, entrou na briga defendendo o setor, que enfrenta dificuldade para comprar insumos a preços recordes e está reduzindo sua produção numa época de demanda menor que a esperada. Com a retaguarda da Seab, as indústrias acreditam estar mais perto de conseguirem subsídio para, por exemplo, comprar milho de Mato Grosso, explicou o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domin­gos Martins.

O estado do Centro-Oeste teve uma safra de inverno recorde (15,6 milhões de toneladas) e, por lá, a saca de 60 quilos do cereal está entre R$ 20 e R$ 23,50. No Paraná, a indústria está pagando R$ 30/saca de milho limpo e seco. Com prêmio para escoamento (transporte), o setor espera uma redução significativa de custos.

O quadro é inusitado. Os agricultores do Paraná tradicionalmente reclamam da entrada de milho mato-grossense. Em 2010, o excesso de oferta reduziu o preço do produto a R$ 15,40/saca no mercado paranaense, valor que não cobria nem os custos de produção. E o governo foi acionado para garantir preços mínimos.

A dificuldade que a avicultura enfrenta para conseguir ajuda federal está justamente no fato de o governo não ter instrumentos definidos para intervir no mercado quando as cotações estão acima dos preços oficiais. Os programas de subsídios integram a política de garantia de preços mínimos.

"O governo do estado se mostra sensível para ajudar a restabelecer o equilíbrio entre oferta e procura", comemorou o presidente do Sindiavipar. Em sua avaliação, não se pode esperar muito do lado da demanda. "As exportações não irão aumentar e o mercado interno pode ter um crescimento pequeno."

O setor reivindica ainda mais crédito financeiro para ganhar fôlego e atravessar a crise, o que também depende do governo federal. Essa proposta terá apoio da Seab, que promete incluir o assunto em suas conversas com o Brasília.

Uma coleção de argumentos vem sendo apresentada à União, que informa concordar com todos, mas pede tempo para um posicionamento. A avicultura envolve 42 empresas no Paraná, que somam 550 mil empregos e estão integradas a 18 mil avicultores. Essa rede produzia de 120 milhões a 125 milhões de aves ao mês, mas recuou para 110 milhões/mês devido à crise. Ainda não há dados precisos sobre demissões e aviários desativados.

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