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Os clientes com renda mensal entre R$ 151 e R$ 499 representam 15% da base de cartões de crédito no país, de 78 milhões de unidades. E respondem por 5,6% do volume de transações, que em 2006 foi de R$ 156,6 bilhões. O tíquete médio das compras para esse segmento ficou em R$ 47. Os dados fazem parte do estudo "O cartão como instrumento de crédito na baixa renda", divulgado ontem pelo Itaú.

Para este ano, o volume de operações com cartões por clientes de baixa renda deverá apresentar uma expansão de 22,1%, com volume total de R$ 10,7 bilhões, acima da taxa de 20% esperada para a média do setor, projetou o diretor de Marketing de Cartões do banco, Fernando Chacon.

De acordo com o estudo, 22% da população de baixa renda tem cartão de crédito, e 17% já teve. A principal justificativa para o cancelamento foi a dificuldade no planejamento financeiro "Os números mostram que precisamos aprimorar os esforços de consumo consciente para esse público", avaliou.

Os demais 61% que nunca tiveram cartão alegam que não têm como comprovar renda ou endereço. Na visão do diretor do Itaú, a barreira para o ingresso dessa população poderia ser derrubada caso existisse em funcionamento no país um cadastro positivo de crédito. Essa também é a razão apontada para as maiores taxas de juros cobradas nas linhas do cartão.

A maior penetração dos cartões ocorre na Região Nordeste, com 21%, e a menor, no Sul (9%), onde tradicionalmente há um menor uso dos plásticos. No Sudeste, 12% da população possui cartão, com tíquete médio de R$ 45.

O estudo aponta ainda que o cartão de crédito é o meio de pagamento mais usado para 37% das pessoas de renda mais baixa atrás apenas do dinheiro, apontado por 47% dos pesquisados como a principal forma de efetuar as compras.

O Itaú pretende lançar este ano um cartão de crédito que reduz a renda mínima exigida para R$ 151 e cobra mensalidade mais barata. Hoje o mínimo é R$ 300. O modelo estudado privilegia quem já teve o "nome sujo" no mercado. "Podemos até usar um modelo disseminado nos EUA, onde existem cartões específicos para maus pagadores", diz Chacon. O objetivo é ampliar a carteira total de clientes de cartão em 15% e o faturamento em 20%. Fortes candidatos são os 3 milhões de clientes da Taií, financeira do grupo.

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