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Bancários da Caixa Econômica Federal (CEF) decidiram manter a greve em Curitiba e região metropolitana. No quarto dia útil de paralisação, todos os 2.449 funcionários das 48 agências aderiram ao movimento, de acordo com o sindicato da categoria. No restante do estado, cerca de 900 outros bancários não trabalharam em mais 49 agências. Em Brasília, o banco instaurou dissídio coletivo de greve no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A audiência de conciliação ocorre hoje às 14 horas.

A orientação da assembléia organizada pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e região na sexta-feira era manter os caixas automáticos fechados, mas era possível encontrá-los abertos em alguns locais ontem. O sindicato já havia informado que, na prática, o movimento podia tomar outra forma. Mesmo assim, como não havia manutenção, muitos serviços não funcionaram. O técnico em informática Gustavo Rezende tentou sacar R$ 100 no ponto de atendimento da Praça Zacarias, no Centro, mas conseguiu apenas R$ 20, e reclamou bastante. Rezende disse ainda que não iria procurar uma lotérica porque "estavam todas cheias".

As lotéricas fazem a maioria dos serviços da CEF. O movimento era alto nos postos da região central, onde vários tinham filas que se estendiam para a rua. No entanto, segundo o presidente do Sindicato dos Empresários Lotéricos do Paraná (Sinlopar), Augusto Tuchoski, a greve na CEF não comprometeu o atendimento. "É normal que o movimento aumente nos 15 primeiros dias do mês. Fazemos há tanto tempo os serviços da Caixa que a greve não interfere muito", diz. A gerente da Rede Sul Loterias, na Rua Marechal Deodoro, Daniella Alves, confirmou que o movimento estava normal. "Geralmente é assim no início do mês".

Para a vendedora Jaqueline Aparecida da Silva, que procurou a agência da Caixa da praça Carlos Gomes para retirar o abono do PIS, a lotérica não resolvia seu problema. "Não dá para sacar lá". Questionada se apoiava a greve ou não, ela ficou dividida. "Não concordo nem discordo. Fico com dó das pessoas que precisam usar [o banco], mas entendo o lado dos trabalhadores. Para ser justa precisaria saber direito o que eles estão pedindo", disse.

Os bancários querem um programa de participação de lucros e resultados da Caixa além do proposto pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Rei-vindicam também um plano de cargos e salários igual para os funcionários contratados antes e depois de 1998, que hoje estão em classes distintas. A presidente do sindicato em Curitiba, Marisa Stedile, reclamou da atitude da CEF de instaurar dissídio. "Estamos com uma frustração muito grande com a direção, que não quer negociar." Outra assembléia está marcada para hoje, às 17 horas.

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