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Assembleias devem decidir pela adesão à recomendação nacional. | Daniel Castellano / AGP / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Assembleias devem decidir pela adesão à recomendação nacional.| Foto: Daniel Castellano / AGP / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Os bancários de Curitiba e do interior do Paraná aprovaram nesta quinta-feira (1.º) o indicativo de greve da categoria, que irá cruzar os braços a partir da próxima terça-feira, dia 6. Além da capital, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Paranaguá e Cianorte estão entre as cidades que aderiram ao movimento.

A adesão em assembleias segue a decisão do Comando Nacional dos Bancários, que recomendou a rejeição da proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), conforme informaram os sindicatos do estado.

Caso a adesão da categoria seja de 100%, a estimava é que 31,5 mil trabalhadores paralisem as atividades em todo o estado – em Curitiba e região, são 18,5 mil funcionários.

Impasse

O órgão patronal ofereceu aos trabalhadores um reajuste de 5,5%, mais abono de R$ 2.500 que não será incorporado ao salário. Os funcionários, por outro lado, reivindicam um aumento de 16%, sendo 9,88% referentes às perdas com a inflação (INPC) somados a 5,6%.

De acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, as instituições financeiras cresceram 27,3% no acumulado dos últimos 12 meses, com lucro no primeiro semestre de R$ 36,3 milhões.

“Mesmo na crise financeira de 2008 os bancos no Brasil não deixaram de ter lucro. No ano passado, o saldo ficou em torno de R$ 55 bilhões só entre as seis principais instituições. Não há justificativa para um índice tão baixo”, afirma o presidente do órgão, Elias Jordão.

Com data-base marcada para setembro, a classe pede uma Participação nos Lucros e Resultados de três salários mínimos, mais R$ 7.246,82 fixos; piso salarial mínimo de R$ 3.299,66, conforme o Dieese; vale alimentação, refeição, 13.ª cesta e auxílio-creche e babá de um mínimo (R$ 788); e 14.º salário; entre outros.

Orientações ao consumidor

De acordo com o Procon, diante de um cenário de greve, o consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e demais cobranças, mas as empresas são obrigadas a oferecer outro local de pagamento.

Para evitar a cobrança e o envio do nome a serviços de proteção ao crédito, a entidade recomenda que o consumidor entre em contato com a empresa e peça opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e casas lotéricas.

O consumidor deve documentar o pedido para que, posteriormente, possa reclamar ao Procon se o fornecedor não o atender.

Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o consumidor tem à disposição vários canais alternativos para realizar transações financeiras.

Bancários anunciam greve em Brasília, São Paulo e Porto Alegre

Os sindicatos dos bancários de São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Santa Maria e Caxias do Sul – interior do Rio Grande do Sul – decidiram, em assembleias realizadas na noite desta quarta-feira (30), entrar em greve a partir do dia 6 de outubro.

Pelos cálculos do Sindicato dos Bancários, a “perda real de 4%” significa que um bancário que recebe o salário médio da categoria iria perder no ano R$ 1.983 em relação a uma proposta que apenas cobrisse a inflação.

Segundo Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do comando nacional, esse foi o pior índice oferecido pelos bancos desde 2004.

“Perda real não é condizente com os resultados dos bancos, que tiveram lucro líquido de R$ 36,3 bilhões nos últimos seis meses. As instituições financeiras estão colocando a categoria em greve de forma irresponsável, ao mesmo tempo que cobram juros de mais de 400% no cartão de crédito, prejudicando toda a população”, disse a sindicalista.

São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil representados pelo sindicato em São Paulo, Osasco e região. A categoria recebeu aumento real de 20,07% no período entre 2004 e 2014. No ano passado, foram 2,02% acima da inflação.

OUTRO LADO

A Fenaban informou por nota que “a proposta visa compensar perdas decorrentes da inflação passada, sem contaminar os índices futuros, o que iria contra os esforços do governo para reequilibrar os fundamentos macroeconômicos”.

O documento destaca que a proposta da federação mantém o poder de compra médio da categoria nos últimos doze meses e que, desde 2004, houve um processo de aumento real dos salários dos bancários sem interrupção.

“O reajuste de 5,5% está em linha com a expectativa de inflação para os próximos 12 meses. Índices acima das expectativas de inflação podem contribuir para maior dificuldade na queda dos índices inflacionários”, informa a nota.

Além do reajuste salarial, os bancários receberiam participação de 5% a 15% dos lucros dos bancos.

De acordo com a Fenaban, essa fórmula de distribuição do lucro, aplicada, por exemplo, ao salário de um caixa bancário (R$ 2.560) pode garantir o equivalente a até quatro salários.

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