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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) voltam à mesa de negociação nesta terça-feira (27), às 14h, para tentar chegar a um acordo que coloque fim à greve dos bancários, que completou 22 dias e já é uma das mais longas da história da categoria – ano passado, a paralisação se estendeu por 21 dias.

Em Curitiba e Região Metropolitana, as atividades estão paralisada em 380 agências e 11 centros administrativos, segundo o sindicato local da categoria – a estimativa é que 15,8 mil bancários estejam em greve na capital e cidades vizinhas.

A data-base dos bancários é 1º de setembro. A categoria entregou pauta com as reivindicações no dia 9 de agosto e, após cinco rodadas de negociação com a Fenaban, não houve acordo para o índice de reajuste e demais reivindicações.

Impasse

No dia 30 de agosto os bancos apresentaram proposta com reajuste de 6,5%, com R$ 3.000 de abono para os trabalhadores. A categoria rejeitou a proposta e a greve teve início no dia 6 de setembro.

A segunda proposta aconteceu no último dia 9, com reajuste de 7% (com 2,39% de perda salarial) e abono de R$ 3.300, rejeitada na mesa de negociação. Nas outras duas reuniões, em 13 e 15 de setembro, não houve mudança na proposta. O sindicato dos bancários pede 14,78% de reajuste (alta real de 5%, considerando a inflação).

Do lado dos bancos, não há a expectativa de um impacto do acordo salarial com a classe que justifique a elevação dos guidances de despesas para o ano, segundo fontes. Ainda que o aumento fique acima do orçado pelas instituições, em torno dos 7%, explica um executivo, será compensado com corte de custos e também de funcionários. “Os bancos estão cada vez mais eficientes. Se aperta de um lado, sai do outro. Os bancos terão de desligar mais gente”, afirma um executivo.

Tecnologia a favor

Além disso, o impacto da paralisação nos resultados dos bancos é cada vez menor, em meio à migração das transações bancárias para os canais digitais, como o internet banking e o mobile banking.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) destacou, em nota na sexta-feira que o uso de canais alternativos às agências bancárias para fazer operações, especialmente os meios eletrônicos, tem sido eficaz para minimizar os efeitos da greve.

Juntos, internet banking e mobile banking responderam por mais da metade das transações bancárias (54%). “O internet banking foi o canal responsável pelo maior número de transações em 2015, com 33% do total, o equivalente a 17,7 bilhões de operações bancárias. As contas com internet banking saltaram de 56 milhões, em 2014, para 62 milhões no ano passado”, reforça a Febraban.

“A tendência é impactar cada vez menos. Cada vez mais as operações são on-line e digitais”, diz um analista de bancos.

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