Após 15 dias de greve, a maior parte dos bancários de Curitiba e região metropolitana voltam ao trabalho hoje. As paralisações, porém, ainda serão mantidas na Caixa Econômica Federal, já que a negociação não avançou.
Em assembleia na noite de ontem, os trabalhadores dos bancos privados e do Banco do Brasil aprovaram a proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 6%, que representa aumento real de 1,5%. A proposta também prevê Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de até 15% do lucro líquido.
Já os trabalhadores da Caixa continuam parados e aguardam nova rodada de negociação com os bancos. O Comando Nacional dos Bancários avaliou que a proposta feita pela Caixa é insuficiente, especialmente na questão da remuneração, uma vez que o banco tem desempenhado operações importantes do governo federal, como o Bolsa Família e os investimentos em habitação.
Na proposta da Fenaban, além dos avanços financeiros e da retomada das discussões sobre segurança e saúde no trabalho, o texto aprovado ainda garante a licença-maternidade de 180 dias e a isonomia de tratamento para casais homoafetivos.
Assim como na última convenção coletiva, os dias parados com a greve serão compensados com banco de horas até 15 de dezembro, e não poderão ser descontados na folha de pagamento.
Negociação
Os bancários reivindicavam reajuste de 10% e a proposta inicial dos banqueiros era de 4,5%. "A proposta atende em parte as nossas reivindicações e, depois do tempo de greve, acreditamos que o processo de negociação chegou ao limite", defendeu o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Marcel Barros.
Ele ressaltou que a campanha salarial deste ano resultou na conquista de índice de aumento real maior que a de anos anteriores. "A categoria vinha conseguindo índice de aumento real, em média, 20% acima da inflação. Este ano, o aumento foi 34% superior ao INPC, o que é significativo."
Além disso, Ramos lembrou que, inicialmente, os banqueiros queriam reduzir a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) a 4% do lucro líquido, mas categoria conseguiu "arrancar" proposta que manteve o teto de distribuição em 15% e evitou redução em relação ao que foi pago em 2008.
Interior
Os trabalhadores dos bancos privados de Maringá também decidiram encerrar a greve. Já os colaboradores da Caixa Econômica Federal da cidade farão assembleia hoje, às 17 horas. Os funcionários do Banco do Brasil não aderiram ao movimento em Maringá.
A paralisação também terminou nos bancos privados de Ponta Grossa. E na manhã de hoje os trabalhadores da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil farão uma assembleia para deliberar sobre a questão.
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