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Bancários de todo o país discutem na quinta-feira (12) a possibilidade de paralisar as atividades no setor a partir do próximo dia 19. A medida foi tomada após o Comando Nacional dos Bancários – que representa os trabalhadores – rejeitar a proposta de reajuste salarial da categoria oferecida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) durante encontro de negociação realizado na semana passada.

No aspecto econômico, foi oferecido à categoria um reajuste de 6,1% (reposição da inflação prevista) sobre os salários, os pisos e demais verbas de caráter salarial dos trabalhadores. A Participação nos Lucros e Resultado (PLR) teria o mesmo índice de aumento, o que resultaria em 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários.

Além disso, também foram discutidas questões que envolvem adiantamento emergencial de salário, prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, adoecimento de bancários e inovações tecnológicas.

Apesar da conversa, a categoria não considerou as propostas como um avanço às negociações e, por isso, alerta para as grandes chances de greve no setor. No Paraná, além de Curitiba, outros dez municípios realizarão a assembleia para decidir sobre a paralisação: Cascavel, Foz do Iguaçu, Maringá, Pato Branco, Telêmaco Borba, Cianorte, Goioerê, Paranaguá, Ponta Grossa e União da Vitória.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, a proposta dos bancos foi uma "provocação" aos trabalhadores. Segundo ele, a categoria exige, além da reposição da inflação, um ganho real mínimo de 5% sobre os salários e uma PLR de três salários, e também melhorias nos auxílios creche, refeição e alimentação e nas condições de emprego, saúde e condições de trabalho.

"Essa proposta não atende em espécie alguma não só nas cláusulas econômicas como também as sociais. Em função dos resultados que os bancos vêm apresentando, essa proposta está muito aquém da nossa reivindicação. Eles condições de atender as nossas reivindicações", declarou Dias.

Outro lado

Em nota, a Fenaban disse que o piso salarial dos bancários subiu mais de 75% nos últimos sete anos e que os salários foram reajustados em 58%, ante uma inflação medida pelo INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] de 42%. "Ou seja, somente o piso salarial registrou aumento real de 23,21%", declarou a entidade.

A federação disse ainda que, "ao longo de 20 anos, a Convenção Coletiva de Trabalho do setor bancário evoluiu de forma significativa, resultando numa valorização constante do processo de negociação, que a diferencia e a torna única em relação a outras categorias profissionais".

Quanto às negociações, a entidade se diz que "se mantém aberta", mas acrescenta que o atual cenário exige cautela, pois a economia "está num ritmo mais lento, as margens de todos os setores estão mais apertadas e a geração de emprego está em queda".

Segundo a Fenaban, pela proposta feita na semana passada, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.182,36 para jornadas de seis horas. Entre outros benefícios, estão previstos reajuste do auxílio refeição, que sobe para R$ 22,77 por dia; a cesta alimentação passa para R$ 390,36 por mês, além da 13ª cesta no mesmo valor e auxílio-creche mensal de R$ 324,89 por filho até seis anos.

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