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Bancários rejeitam proposta da Fenaban e mantêm greve em todo o Paraná | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Bancários rejeitam proposta da Fenaban e mantêm greve em todo o Paraná| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Sindicato contrata piqueteiros por R$ 40

Para engrossar as fileiras de manifestantes em defesa da greve dos bancários, o sindicato que dos trabalhadores da categoria em Curitiba e região metropolitana contratou piqueteiros para realizar uma manifestação na agência do Banco Real na Rua Marechal Floriano Peixoto, no centro da capital, na quarta-feira (15).

O protesto contou com a participação de aproximadamente 120 "grevistas". As pessoas receberam R$ 40 – acrescidos de dois sanduíches de queijo e presunto cada um – para protestar das 6 horas da manhã até o fim da tarde.

Para o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, as pessoas contratadas estavam contribuindo para o movimento sindical. De acordo com o secretário de finanças do sindicato, Antônio Firmino, os trabalhadores foram pagos com recursos da própria entidade.

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Após um dia inteiro de negociações, os bancários rejeitaram nesta quinta-feira (16) a proposta feita pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban) e decidiram manter a greve, por tempo indeterminado, em todo o estado do Paraná.

A categoria, segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, negou a proposta apresentada pela Fenaban após uma assembléia realizada na capital no começo da noite desta quinta. De acordo com Sônia Boz, diretora de imprensa do sindicato dos trabalhadores, os índices de aumento salarial apresentados pelos banqueiros dividem os bancários. "A questão nem é de valor, pois não concordamos com essa divisão. Não existe bancário melhor que o outro para ganhar mais. Somos todos iguais", afirmou.

A Fenaban apresentou dois índices para reajuste. Aos trabalhadores que têm salários até R$ 1,5 mil, o reajuste seria de 9%, enquanto para quem recebe acima deste valor, o índice ficaria em 7,5%. Os bancários reivindicam aumento salarial de 13%, sendo 8% de perdas com inflação e 5% de aumento real. Também pedem mais investimentos dos bancos em segurança nas agências e imediações; mais contratações; aumento na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), dentre outras reivindicações.

Questionada pela equipe de reportagem da Gazeta do Povo sobre prejuízos, a Fenaban informou que não há nenhuma estimativa de perdas durante o período de greve.

Paralisação

Após nove dias de paralisação, nesta quinta-feira (o sétimo dia útil), das 329 agências de Curitiba e região metropolitana, 149 fecharam as portas. Além das agências, os 11 centros administrativos dos bancos HSBC, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil também continuaram paralisados. No interior do estado, cerca de três mil trabalhadores cruzaram os braços em 235 agências bancárias.

O sindicato dos trabalhadores informou que, nesta quinta, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) suspendeu a decisão da Justiça do Trabalho que vetava o fechamento das agências do Bradesco em Curitiba e região metropolitana. Nesta sexta-feira (17), os funcionários do banco podem aderir à greve. O sindicato também confirmou que as agências do banco Itaú não fecharam as portas durante estes dias de greve, pois a Justiça determinou que os funcionários estão proibidos de interromper suas atividades. A população pode efetuar pagamentos e outros serviços normalmente nestas agências.

Contas e pagamentos

Apesar de a greve se manter nesta sexta-feira, o sindicato dos bancários orienta que cheques continuam sendo compensados por 30% de funcionários que trabalham nos bancos. Esse é o porcentual mínimo exigido por lei para greves. Saques e pagamentos podem ser feitos nos caixas do auto-atendimento. Depósitos em dinheiro e cheque, no entanto, não estão sendo feitos em nenhum banco, pois não há funcionários para recolher os envelopes de depósito no fim do dia.

A compensação de cheques é um serviço essencial e não deixou de ser feito, informou o sindicato. As pessoas devem ir às agências em funcionamento e falar direto com um gerente ou tesoureiro para realizar o serviço. O sindicato ainda confirmou que, caso o cheque já esteja na praça, ele não ficará parado e será descontado. Para contas, impostos e títulos, o cidadão deve verificar se há a possibilidade de pagamento em qualquer banco. Além disso, pode-se utilizar o código de barras das contas e efetuar os pagamentos em caixas de auto-atendimento. Caso nenhuma dessas opções sejam úteis, ainda há as casas lotéricas que realizam grande parte de pagamentos.

Casas lotéricas

Com a greve dos bancários, aumentou bastante a procura de serviços bancários nas casas lotéricas, por conta dos convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF) e com o Banco do Brasil. Na segunda-feira (13), porém, houve uma pane nacional no sistema da CEF, que deixou sem atendimento as casas lotéricas. O atendimento voltou ao normal no mesmo dia.

As lotéricas fazem grande parte dos serviços bancários, como recebimento de boletos de qualquer banco, inclusive impostos (exceto IPVA parcelado e guias GR e DARF) até o valor de R$ 500. Ainda nas lotéricas, correntistas da Caixa podem pagar contas do banco até o valor de R$ 2 mil, sacar até R$ 1 mil e depositar até R$ 500, mas somente em dinheiro; enquanto clientes do Banco do Brasil podem sacar até R$ 200 e também depositar até R$ 500 em dinheiro.

Nas agências dos Correios, qualquer pessoa pode pagar tributos federais e estaduais, faturas e títulos, contas de água, luz e telefone e boletos de qualquer banco dentro do vencimento. Correntistas do Bradesco (parceiro atual do Banco Postal) podem sacar até R$ 600 por dia e fazer depósitos.

Os funcionários dos Correios, que ameaçavam entrar em greve, decidiram, na noite de terça-feira (14), dar mais tempo para o governo negociar uma proposta de reajuste salarial. Se entrassem em greve, o atendimento nos Correios também seria prejudicado.

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