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Embora Itaú e Unibanco tenham garantido que as operações das duas instituições permanecerão independentes mesmo com a fusão, os bancários temem que os ganhos de escala provoquem o fechamento de agências e demissões de funcionários. Ao todo 80 mil bancários trabalham nos dois bancos, sendo 52 mil no Itaú e 28 mil no Unibanco em todo o país. O número responde por quase 20% do total de bancários, segundo dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT).

No Paraná, ambas as marcas possuem uma presença forte, com 448 agências e postos de atendimento. O Itaú tem a maior parte desse número, com 405 unidades, segundo a assessoria de imprensa do banco. O Unibanco não revela dados regionais, mas, segundo o Sindicato dos Bancários da Grande Curitiba, a instituição tem 43 agências no estado. O sindicato não soube informar o número de funcionários dos dois grupos no estado, mas o setor emprega 22,5 mil pessoas no estado.

"A fusão nunca é boa nem para os trabalhadores nem para os clientes. Há uma redução de concorrência em que todos perdem", diz Otavio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários da Grande Curitiba, que se disse surpreso com o negócio. "Ninguém esperava algo do gênero nesse momento", afirma. Apesar disso, ele diz acreditar que os bancos deverão cumprir a estratégia de manter as operações separadas.

Santander contratou

A última grande operação de compra do setor, entre o Santander e o Real, não teve reflexo em demissões no Paraná, pelo menos até agora. Ao contrário, como passou a administrar a conta da folha de pagamento da prefeitura de Curitiba, o banco espanhol investiu em ampliação da rede, com o aumento no número de agências e de postos de atendimento. Em coletiva na última sexta-feira em São Paulo, o presidente mundial do Santander, Emílio Botín, anunciou que o processo de integração com o Real deve durar três anos. "Não sabemos como será depois dessa etapa", acrescenta Dias.

Para o professor de economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Marcio Cruz, no entanto, em algum momento a redução de estruturas vai entrar na pauta de discussão entre Unibanco e Itaú. "O grande objetivo desse tipo de negócio está justamente em reduzir custos e obter ganhos de escala. E isso pode significar também algum tipo de reestruturação física no médio prazo", afirma.

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