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O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, respondeu ontem às pressões para que a autoridade monetária adotasse medidas contundentes para ajudar no combate à crise da dívida na zona do euro, mas não se comprometeu a aumentar as compras de bônus governamentais, como especulavam alguns analistas.

"Eu já disse que o programa de compra de bônus não é eterno nem infinito", comentou. Se­­gundo ele, o conselho executivo do BCE não discutiu na reunião de ontem a possibilidade de impor limites aos yields dos bônus de países da zona do euro, que têm subido recentemente, tornando mais caros os financiamentos aos países do bloco.

Draghi também fez um comentário desanimador sobre a possibilidade de o BCE emprestar dinheiro para o Fundo Monetário Inter­nacional (FMI), para que este possa ajudar os países problemáticos da zona do euro. Ele lembrou que o tratado da União Europeia impede o banco central de emprestar diretamente para governos. "Nós não devemos tentar contornar o espírito do tratado", comentou. Ele apontou também que o BCE não é membro do FMI. "Eu acredito que o FMI não pode usar os fundos dos bancos centrais para emprestar exclusivamente para a zona do euro", argumentou.

As afirmações de Draghi tiveram mais impacto nos mercados que a ação do BCE reduzindo juros e facilitando empréstimos – as bolsas da Europa fecharam em queda ontem. "Draghi não tinha outra alternativa a não ser acabar com as esperanças de compras de bônus mais agressivas, caso contrário ele teria retirado a pressão sobre a cúpula da UE [que ocorre em Bruxelas] para decidir sobre as reformas necessárias na união monetária", comentou Joerg Kraemer, economista-chefe do Commerzbank.

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