Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Popular

Banco pena para entrar em áreas de população carente

O Banco Popular do Brasil sofreu com a falta de habilidade dos novos correntistas em lidar com extratos, por exemplo, e com a dificuldade na comunicação com os clientes. A história de um correspondente próximo a uma área de invasão em Curitiba ilustra os obstáculos do programa. A farmácia entrou na parceria com o Banco Popular em julho de 2004 e passou a ser freqüentada diariamente por dezenas de pessoas que queriam abrir contas, fazer empréstimos, pagar boletos e reclamar. Esse atendimento, somado ao trabalho de preencher cadastros, tomava bastante tempo das três pessoas que trabalham no local.

O serviço é pago pela instituição, mas nem sempre isso é suficiente para manter o posto aberto. O maior problema na farmácia foi o fato dos moradores não poderem apresentar um CEP em seus endereços – o que fez com que centenas de cartões deixassem de ser entregues pelos Correios. "Havia reclamações todos os dias, como se a culpa fosse nossa. Era muito estressante cuidar da loja e do posto ao mesmo tempo", diz a gerente da farmácia, que pediu para não ser identificada. Ela conta que muitas pessoas abriam a conta pensando apenas no empréstimo, sem intenção de pagar. Outras não entendiam como funcionava a cobrança de juros e acabavam com o nome no serviço de proteção ao crédito. A farmácia pediu para ser descredenciada em janeiro deste ano.

Correspondentes em áreas mais bem estruturadas tiveram mais facilidade para se instalar. A Loja Furlan fica perto do centro de São José dos Pinhais e ficou movimentada com a abertura das contas no segundo semestre do ano passado. Neste ano, a procura passou a ser mais para o pedido de empréstimos, depósitos e pagamentos. "Tivemos poucas reclamações e as pessoas entenderam bem como funciona", afirma Beatriz Batista, funcionária responsável pelo caixa do banco.

Além de ficar em um local sem o problema da entrega dos cartões, a loja atrai um cliente com um perfil um pouco diferente da área de invasão, menos carente de informação e muitas vezes com alguma experiência no setor bancário. É o caso da auxiliar de panificação Sandra Pires. Ela já teve conta na Caixa e foi atraída pela chance de ter crédito a juros baixos no Banco Popular. "Às vezes o dinheiro acaba antes de pagar todas as contas e empresto no posto. A prestação fica pequena, é melhor do que atrasar o pagamento", diz. O último empréstimo feito por ela foi de R$ 280 e será pago em seis parcelas. (GO)

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.