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Bancos comerciais anunciam a diminuição nas taxas cobradas do consumidor |
Bancos comerciais anunciam a diminuição nas taxas cobradas do consumidor| Foto:

Previsão é de novas reduções

Londres e São Paulo - Agência Estado

Os juros no Brasil continuarão caindo enquanto o cenário externo estiver em deterioração, acreditam especialistas que atuam na Europa. "A situação econômica mundial se deteriorou rapidamente e isso se refletiu no Brasil", afirmou Peter West, da gestora britânica Poalim. Para ele, o Banco Central continuará com uma posição agressiva e a Selic deve se aproximar de 10% até o fim do ano. O analista Neil Dougall, do Dresdner Kleinwort, avalia que houve uma mudança significativa do balanço de riscos no país nos últimos meses. A preocupação foi deslocada da inflação para o crescimento econômico, o que justifica a ação mais forte do BC. Ele estima a Selic em 10,5% ao ano ao final de 2009.

Corte

Logo após a decisão do Copom, vários bancos brasileiros anunciaram redução nas taxas cobradas dos consumidores.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou aos bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Central, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia) que reduzam as suas taxas de juros e que agilizem a liberação de créditos para empresas e consumidores. A informação é do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participou ontem de reunião com Lula e os presidentes dos bancos estatais. O presidente também pediu aos bancos que reduzam o spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados dos clientes.

"A recomendação do presidente é que os bancos públicos agilizem as suas operações, que sejam mais rápidos na liberação de crédito daqui por diante’’, afirmou Mantega. "O presidente Lula também pediu aos bancos públicos que liderem a redução do spread." O ministro disse que os bancos públicos terão de fazer cortes maiores nas taxas do que as reduções feitas pelas instituições privadas.

Para seguir à risca a ordem, instituições como o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal terão de se esforçar. Pesquisa do Banco Central mostra que bancos controlados pelo governo praticam taxas muitas vezes superiores às dos concorrentes particulares, principalmente no crédito para empresas. Entre as duas instituições, a Caixa costuma praticar juros mais competitivos que o BB.

De acordo com o levantamento feito entre os dias 5 e 9 de janeiro ponderado entre a taxa de juro e o volume emprestado, a pior desvantagem dos bancos públicos está no capital de giro prefixado. Nesse tipo de crédito, muito usado para o financiamento das despesas de curto prazo das empresas, como pagamento de fornecedores, impostos e, eventualmente, salários, o BB pratica juro médio de 2,88% ao mês.

A taxa do banco federal é superior à do Itaú, Unibanco, ABN Amro Real, Santander e Safra. A Caixa, por sua vez, ganha desse grupo de privados ao cobrar, na média, 2,25%. Entre os grandes bancos, o Citibank é o mais competitivo, com taxa de 1,55%. Do outro lado da tabela, Bradesco e HSBC (4,79%) são os mais caros.

Em outra operação para as empresas, a conta garantida, a desvantagem dos públicos também é relevante. Nessa operação, que funciona como um cheque especial das empresas, o BB cobra juro médio de 5,38% ao mês – a 11ª taxa mais elevada entre 43 instituições.

Pessoa física

O financiamento para as famílias é o segmento em que bancos públicos têm mais competitividade. No crédito pessoal, por exemplo, Caixa e BB têm os juros mais baixos entre as grandes instituições. Nesse caso, os juros são quase a metade da média cobrada pelos maiores concorrentes: Itaú, Santander e Bradesco.

Essa vantagem, no entanto, é menor no cheque especial. A linha de crédito mais cara de todo o sistema financeiro nacional também é proibitiva nos bancos públicos. No período da pesquisa, o juro médio cobrado pelo BB ficou em 8,06% ao mês, maior que a praticada pelo Bradesco, de 7,66%. O juro do banco federal é, no entanto, menor que o visto nos concorrentes Itaú, Unibanco, ABN Amro Bank, Citibank, HSBC e Santander. Já a Caixa tem o menor juro nessa operação entre os grandes bancos, de 6,69% ao mês.

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