Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Investimentos

Bancos lançam fundos de risco, mas que garantem patrimônio investido e algum rendimento

Embora as seguidas quedas da taxa básica de juros estejam levando os investidores a olharem para mercados mais rentáveis que os tradicionais fundos de renda fixa, as recentes crises no mercado internacional imobilizam aqueles que pensam em trocar de investimento. Para atender quem ficou no meio do caminho, alguns bancos estão lançando fundos mais arrojados - que aplicam em ações e outros ativos - mas que prometem a proteção do volume principal a ser investido.

O Santander Asset Management está em período de captação de recursos para o fundo Multi Desempenho até o dia 28. O investimento inicial é de R$ 5 mil e o banco promete adotar mecanismos de controle que desfaçam posições mais arriscadas sempre que a rentabilidade projetada se aproximar de zero.

- É um fundo multimercado arrojado, que opera com alavancagem. Mas, para proteger o cliente de uma eventual crise, ele tem um controle de risco permanente - diz Marcio Appel, diretor de Asset do Santander.

De acordo com ele, um outro fundo similar do Santander rendeu 160% do CDI (certificado de depósito interbancário, que tende a ser equivalente à taxa selic média do ano).

Caso a rentabilidade supere a do CDI, o banco cobra uma taxa de performance equivalente a 25% deste ganho adicional. Além disso, há uma taxa de administração de 1,7%.

Até a próxima quarta-feira, o BB DTVM também está captando recursos para um fundo fechado com perfil um pouco distinto. Neste caso, o investidor aplica seus recursos e se compromete a manter o investimento pelo período de aproximadamente um ano, a partir do dia 27. As regras estão sendo formatadas, mas um fundo semelhante do BB DTVM e que já está em operação, estabeleceu três possibilidades para o investidor: devolução do capital investido com desconto dos custos fixos do investimento no caso de perdas da Bovespa no período; rentabilidade registrada pela bolsa até o limite de 34,99% ao longo do período estabelecido; ou um ganho pré-fixado em torno de 103% do CDI caso a bolsa, ao longo do prazo, bata uma rentabilidade de 35%, ainda que pontual.

- Se, neste período, a barreira de 35% não for atingida e se a bolsa fechar com 30% de alta, ele vai receber toda esta rentabilidade, que equivale a, mais ou menos, 200% do CDI. No entanto, se ao fim do período, a bolsa render 8%, o investidor vai receber apenas este 8%, que é menos que a variação do CDI - explica Jorge Ricca, gerente da divisão de fundos multimercado do Banco do Brasil DTVM.

O Unibanco ainda não tem fundos que garantam a manutenção do capital protegido, mas oferece algumas opções que seguem preceitos bem parecidos de gerenciamento rigoroso de risco.

Segundo Luiz Adriano Martinez, gestor de fundos multimercado, os fundos de capital protegido são adequados a um perfil muito específico de investidor.

- É interessante, sobretudo, para quem nunca aplicou em ativos de risco e está fazendo sua primeira tentativa. Vale para quem está aplicando em renda fixa, mas pretende migrar para o multimercado, evitando a volatilidade - avalia.

O especilista aconselha que, antes de tomar sua decisão, o investidor observe o histórico de rentabilidade do fundo (caso ele não seja fechado) e volatilidade diária das cotas.

- É interessante saber como o gestor se saiu neste momento de crise, em agosto. A volatilidade também é um indicador importante. Às vezes, é mais interessante entrar num fundo que dê 140% do CDI e cuja volatilidade seja de 1% ao ano do que escolher algum outro que dê rentabilidade de 180% do CDI e tenha variação de 5% na cota. São estudos que estão contidos na lâmina de apresentação dos fundos - indica.

POPs também são opção

Uma outra alternativa de investimento para quem deseja riscos, porém com cautela, são os POPs da Bovespa (Proteção de Investimento com Participação). Trata-se de um produto de renda variável, negociado na bolsa de valores, por meio da combinação de uma carteira contendo aplicação no mercado à vista e no mercado futuro, com opções de venda e de compra.

Se a ação cair, o investidor recebe o valor do capital protegido. Se o papel subir, ele abre mão de uma parte do lucro.

O professor de Finanças do Ibemec Rio José Fajardo acha que esta opção é a mais indicada a quem tem menos recursos, enquanto os fundos multimercados são direcionados a investidores qualificados (com patrimônio maior).

- Fundos de capital fechado tendem a ser mais caros porque pagam taxas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No caso do Pop, o investidor paga apenas a taxa de corretagem - diz.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.