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Desde o fim de novembro, os taxistas de curitiba estão autorizados a cobrar a chamada "bandeira 2" durante o dia inteiro. Em outras épocas do ano, essa tarifa, de R$ 1,80 por quilômetro rodado – R$ 0,40 a mais que a bandeira 1 – é cobrada somente à noite e nos fins de semana. Mas uma lei municipal que completa dez anos em 2005 permite que durante o mês de dezembro a bandeira 2 seja utilizada em qualquer horário. A idéia é oferecer alguma compensação aos taxistas, que, ao contrário dos trabalhadores assalariados, não recebem 13.º salário.

Mas, além de ser motivo de reclamação de alguns usuários, cobrar bandeira 2 o dia inteiro não garante que o taxista receba, de fato, um "13.º salário" – ou seja, que multiplique por dois os seus ganhos no último mês do ano. O presidente do Sindicato dos Taxistas de Curitiba, Pedro Chalus, calcula em 18% o aumento da receita com o táxi rodando o tempo todo em bandeira 2. Considerando-se que o número de passageiros cresce 40% nesta época do ano, o ganho de um taxista pode crescer, em média, 65%.

"Acho correto o preço maior em dezembro", diz o balconista Jony Pereira Braga. "A pessoa embarca se quiser. Se achar caro, é só não usar táxi." A vendedora Rosi Andrade acha que "não receber 13.º é realmente complicado", mas lembra que outros profissionais, principalmente os autônomos, também não têm direito a salário extra no fim do ano. "No comércio, por exemplo, a gente muitas vezes abre mão de alguns ganhos para manter o fluxo de consumidores", acrescenta. "Mesmo que seja um direito, talvez os taxistas estejam perdendo passageiros por causa do preço mais alto."

A exemplo de outras pessoas ouvidas pela reportagem, o publicitário Allan Aks pensa bem antes de dar uma resposta sobre o assunto. E não chega a uma conclusão. "Por um lado é correto. Mas o táxi é a empresa deles. E se em minha empresa eu for cobrar a mais dos clientes no fim do ano, não venderia nada."

Pedro Chalus, do Sindicato dos Taxistas, argumenta que o uso da bandeira 2 neste mês ajuda a compensar a forte queda de movimento que normalmente ocorre no primeiro trimestre do ano. O taxista Felipe Martinson, por exemplo, diz faturar em média R$ 1 mil por mês. "Em dezembro, consigo tirar uns R$ 1,6 mil. Mas em janeiro a cidade esvazia, daí ganho só R$ 600 ou R$ 700."

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