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A instalação da hidrelétrica de Mauá, no Rio Tibagi, pode comprometer a qualidade da água que abastece Londrina e região metropolitana (Norte do Paraná). O alerta é de autoridades da área de meio ambiente que participaram, ontem, na Câmara Municipal de Londrina, de uma audiência pública para discutir os impactos da obra.

O presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente, (Consemma), Fernando de Barros, afirmou que os estudos não foram aprofundados de forma apropriada. "Em todo o processo foi realizada apenas uma coleta da água do Tibagi para fazer estudos dos impactos. Assim, a mudança do curso do Tibagi e a sua transformação em um rio de água parada é preocupante."

Solange Novaes da Silva Vicentin, da Promotoria do Meio Ambiente, lembrou que o abastecimento de toda a região depende diretamente do Tibagi. "Em Londrina, 60% do abastecimento é feito direto deste rio e os outros 40% são afluentes que compõem a sua bacia hidrográfica. Por isso, devemos chamar para o debate toda a comunidade científica para termos a certeza de que o abastecimento não será inviabilizado", disse a promotora.

De acordo com o conselheiro do Meio Ambiente de Londrina Carlos Levy, entre os principais impactos negativos causados pela formação da represa estão a perda da capacidade do rio de se purificar naturalmente, a inundação de áreas contaminadas por minas de carvão desativadas e o aprodrecimento da água – que ficará parada no reservatório.

O representante da Sanepar, Sérgio Bahls, afirmou que não se pode pensar que a barragem irá causar o apodrecimento da água, pois isso já teria acontecido em lagos que não têm barragem. Para Bahls, o maior problema é o uso de agrotóxicos em áreas próximas ao Tibagi. "A eutrofização já aconteceu em lagos que não apresentam barragens, então este não é o foco principal. A Sanepar garantirá a qualidade do abastecimento, como sempre fez."

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