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O Banco Central decidiu ontem manter a taxa Selic em 11% ao ano. Foi a segunda manutenção seguida do juro básico, após uma sequência de nove altas, iniciadas em abril do ano passado. A pausa no ciclo de aperto monetário já era esperada por economistas, que enxergam estabilidade no juro básico até o fim de 2014, pelo menos. A avaliação se baseia no enfraquecimento da economia e no alívio recente na inflação, apesar de os preços ainda permanecerem pressionados em 12 meses.

INFOGRÁFICO: Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa Selic em 11% ao ano

O IPCA, índice oficial da inflação no país, ficou em 0,40% em junho, ante 0,46% no mês anterior. Em 12 meses, porém, chegou a 6,52%, estourando o teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5% ao ano, com margem de dois pontos para cima ou para baixo. A Selic é um instrumento usado pelo governo para conter o consumo, uma vez que o crédito fica mais caro ou barato, conforme os juros sobem ou descem.

Perspectivas

Analistas ouvidos pela reportagem descartam novas elevações na Selic até o final deste ano. Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, o período de pausa deve ser pautado nos sinais inequívocos de enfraquecimento da atividade econômica doméstica e na deterioração da perspectiva de crescimento do país. "O efeito dos juros está sendo limitado por uma inflação de custos, como salário mínimo e tarifas, e pela política fiscal. Se a política monetária fosse mais frouxa, a inflação seria mais de 8%", diz.

O economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, argumenta que a autoridade monetária nacional não tem base para retomar o aperto monetário. "O BC não tem uma ajuda da parte fiscal, a atividade econômica está se deteriorando. Seria inócuo aumentar os juros sem ajuda fiscal."

A possibilidade de corte na Selic também foi afastada pelos especialistas até o fim do ano. José Carlos Faria, economista-chefe do Deutsche Bank, afirma que um corte prejudicaria a credibilidade do sistema de metas do Banco Central e contribuiria para aumentar ainda mais as expectativas para a inflação.

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