TESOURO
Dívida pública federal cresce 3,77% e chega a R$ 2,2 trilhões em junho
Das Agências
A dívida pública federal fechou o mês de junho em R$ 2,2 trilhões, depois de crescer 3,77% em relação a maio, informou o Tesouro Nacional. É o maior patamar desde que o governo começou a registrar os dados em 2000. Em maio, a dívida era de R$ 2,1 trilhões.
Essa conta representa a soma das dívidas contraídas pelo Tesouro, bancadas principalmente pela emissão de títulos públicos, para financiar os déficits no Orçamento. Segundo o Tesouro Nacional, o objetivo do departamento de administração da dívida é fazer com que o endividamento público fique no intervalo de R$ 2,17 trilhões até R$ 2,32 trilhões. O Tesouro emitiu R$ 64,25 bilhões em títulos a mais do que resgatou em junho.
Pessimismo
FMI reduz para 1,3% a previsão do PIB brasileiro
Da Redação
O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a cortar as projeções de crescimento econômico para o Brasil, de acordo com uma atualização de projeções divulgada ontem. A expectativa agora é que o país cresça 1,3% em 2014 e 2% em 2015, menos do que o divulgado em abril no relatório Perspectiva Econômica Global, quando o Fundo esperava expansão de 1,9% e 2,6%, respectivamente. O Brasil, de acordo com o relatório do FMI, deve ter uma das menores taxas de expansão este ano entre os principais países emergentes, perdendo apenas para a Rússia. Desde meados de 2012 os economistas do Fundo vêm reduzindo as estimativas de PIB brasileiro a cada novo relatório de projeções. Este ano, o Brasil vai crescer menos que a economia mundial, que deve se expandir 3,4%.
Mesmo com a redução, o FMI está mais otimista com o Brasil que o mercado financeiro local. O último boletim Focus do Banco Central, que traz a média das projeções do mercado, sinaliza expansão de 0,97% para o PIB brasileiro este ano.
Em meio à especulação do mercado e a pressões dentro do governo, o Banco Central disse ontem, de forma explícita, que não planeja reduzir os juros antes das eleições presidenciais, apesar da desaceleração econômica. A instituição afirmou que a atividade segue para o campo desinflacionário. Ainda assim, a inflação ficará resistente nos próximos trimestres.
INFOGRÁFICO: Entenda como está a situação da Dívida Pública Federal
Por isso, a "estratégia" é manter a taxa básica em 11% ao ano para que a inflação recue. A previsão do BC é que o índice oficial de preços ao consumidor (IPCA), ainda assim, só volte a ficar próximo da meta de 4,5% em 2016. Nos 12 meses até junho, o IPCA acumula alta de 6,52%, acima do teto da meta.
A projeção faz parte da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada na quarta-feira da semana passada. Naquele dia, a instituição manteve os juros em 11% ao ano. A próxima reunião do Copom está marcada para 3 de setembro. Uma semana antes, será divulgado o resultado do PIB. Depois, o comitê só volta a se reunir na última semana de outubro, ou seja, depois da data marcada para o segundo turno das eleições.
Tony Volpon, analista do Nomura Securities, afirma que, ao sinalizar que não haverá corte de juros, o BC deixa claro que não compra a ideia de que o Brasil está entrando em recessão, o que poderia justificar uma mudança na política monetária.
Estratégia
Sobre a previsão do BC de melhora da inflação em 2016, Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, afirma que isso só se tornará realidade se houver ajuda da política fiscal e reformas econômicas estruturais. "Ao descartar a possibilidade de corte da taxa na próxima reunião, o Banco Central não só ajuda a reduzir o ruído no mercado de renda fixa, mas também atua para conter um aumento das expectativas de inflação", diz Rostagno.
Na ata, o BC também piorou seu cenário sobre a alta dos preços. Pelo cenário de referência (Selic a 11% e dólar a R$ 2,20), a projeção para a inflação de 2014 e de 2015 foi elevada sobre o valor do documento anterior e permanece acima do centro da meta.
Pesquisa divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas mostrou que a expectativa dos consumidores para a inflação nos próximos 12 meses sofreu redução e ficou em 7,2% na pesquisa de julho. O resultado tem relação com a queda na inflação dos alimentos no último mês.
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