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O Banco Central afirmou nesta quinta-feira (16) que o atual balanço de risco está menos favorável à concretização de um cenário benigno de inflação e que ações macroprudenciais podem preceder ações convencionais de política monetária.

Os comentários foram feitos na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que na semana passada decidiu manter a Selic em 10,75 por cento ao ano.

"Embora as incertezas que cercam o cenário global e, em menor escala, o doméstico, não permitam identificar com clareza o grau de perenidade das pressões recentes, o balanço de riscos atual se mostra menos favorável à concretização de um cenário benigno, no qual a inflação seguiria consistente com a trajetória de metas", afirmou a ata.

"Desde a última reunião, teve seguimento a materialização de riscos de curto prazo com os quais o Copom trabalhava naquela oportunidade, mas isso ocorreu em magnitude superior a que se antecipava."

Na reunião da semana passada, que ocorreu logo após a divulgação de medidas de aperto monetário como o aumento de depósito compulsório e o encarecimento do crédito de longo prazo à pessoa física, o BC achou que seria necessário um tempo para avaliar o efeito dessas ações e que não seria o momento de reavaliar a estratégia de política monetária

Segundo a ata, as medidas macroprudenciais adotadas neste mês, são "um instrumento rápido e potente para conter pressões localizadas de demanda", e disse que elas ainda terão seus efeitos "incorporados à dinâmica dos preços".

"Ao compartilhar a visão de que a atitude dos bancos em relação à tomada de riscos é um dos canais de transmissão da política monetária, o Copom entende que, a depender das circunstâncias, ações macroprudenciais podem preceder ações convencionais de política monetária."

O BC também disse que a demanda doméstica segue "robusta", refletindo o crescimento da renda e do crédito.

"Além disso, embora tendam a arrefecer, impulsos fiscais e creditícios foram aplicados na economia nos últimos trimestres, e ainda deverão contribuir para a consolidação da expansão da atividade", disse a ata.

"Aos efeitos desses estímulos, entretanto, contrapõem-se os efeitos da reversão de parcela substancial das iniciativas tomadas durante a recente crise financeira de 2008/2009, os das perspectivas pouco favoráveis para a economia global e, especialmente, das recentes iniciativas de caráter macroprudencial."

Esses elementos serão analisados para as decisões futuras de política monetária, acrescentou o Copom.

A ata disse ainda que tanto as projeções de inflação para 2010 quanto para 2011 foram elevadas desde a reunião anterior, sendo que a para este ano se encontra "sensivelmente acima" do centro da meta, enquanto para o próximo se encontra "acima" do centro.

Na ata, o BC não divulga as projeções em números, apenas no Relatório de Inflação. A meta dos dois anos tem centro em 4,5 por cento e tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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