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Brasília – O Banco Central elevou a expectativa em relação ao crescimento da economia brasileira para este ano. A aposta é que o Produto Interno Bruto (PIB) terá uma expansão de 4,1%, ante os 3,8% previstos anteriormente. Já a projeção para a inflação foi levemente reduzida, de 3,9% para 3,8%. As previsões constam do "Relatório de Inflação", divulgado ontem, e consideram o cenário de referência do BC, com taxa básica de juros (Selic) constante em 12,75% ao ano e a taxa de câmbio em R$ 2,10 por dólar.

A justificativa da autoridade monetária para esperar um crescimento maior está baseada nos resultados recentes da atividade econômica, principalmente na melhor expectativa em relação à indústria e ao setor de serviços, que tiveram as previsões elevadas de 4,7% e 2,4% para 5% e 2,6%, respectivamente.

Para a agricultura, a projeção foi elevada de 3,7% para 4,8%. O documento ressalta ainda que o possível impacto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não está contabilizado na projeção.

"Ressalte-se que a revisão na estimativa do PIB incorpora apenas os resultados recentes da economia, não considerando tanto os futuros efeitos positivos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado pelo governo, quanto as alterações de metodologia das contas nacionais efetuadas pelo IBGE", de acordo com o relatório.

A expectativa da autoridade monetária continua abaixo do parâmetro que consta do PAC, que é 4,5%, mas que também deverá ser revisto. A revisão será necessária porque, na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma nova metodologia para as contas nacionais que resultou em um PIB maior nos últimos anos. No ano passado, ele ficou em 3,7% com a nova metodologia.

Inflação

No cenário de mercado, que considera a trajetória esperada pelos analistas para a taxa de juros e para a taxa de câmbio, a projeção para o IPCA em 2007 ficou em 4% ante 4,3% no relatório anterior. Para 2008, a projeção ficou em 5% ante 5,4% no documento de dezembro.

Todas as estimativas, exceto a que considera o cenário de mercado para 2008, estão abaixo do centro da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%.

Incertezas

O relatório informa que na visão do BC o balanço de riscos para a inflação futura "permanece semelhante" ao verificado no relatório de dezembro. Entretanto, o documento aponta maiores incertezas no cenário externo e "mudança no panorama de riscos associados ao cenário interno".

No cenário externo, o relatório destaca que persistem as dúvidas sobre a trajetória da política monetária e do crescimento dos Estados Unidos. O relatório de inflação também aponta aumento de preocupação quanto à possibilidade de adoção de medidas de contenção econômica da China e sobre a extensão das posições de carregamento (carry trade, em inglês) financiadas em iene. Além disso, a autoridade monetária constata uma deterioração nas perspectivas para o preço do petróleo.

Preços administrados

Apesar de o mercado trabalhar com um cenário mais otimista, o Banco Central manteve a projeção da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) para o aumento nos preços administrados em 4,5% para este ano e em 5,6% para 2008 no relatório de inflação divulgado. Em relação ao documento de dezembro, houve uma melhora na projeção para 2007, que era de 4,8%, e manutenção da expectativa para o ano que vem. No cenário para 2007, o BC explica que leva em conta "variação nula" nos preços da gasolina e do gás de botijão, alta de 3,3% nos preços médios da eletricidade e 3,9% nas tarifas de telefonia.

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