O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, deu detalhes hoje sobre a evolução de todos os fatos que culminaram na operação de salvamento do Banco Panamericano. Segundo ele, a direção da instituição foi notificada pelo BC com pedido de esclarecimentos sobre as divergências em 8 de setembro.
Em 14 de setembro, o BC recebeu correspondência do Panamericano pedindo tempo para uma resposta mais detalhada. Em 22 de setembro, a direção da financeira admitiu a existência de eventual inconsistência e solicitou prazo para entregar documentos ao BC. Na mesma data, o controlador Silvio Santos teve encontro surpresa no Palácio do Planalto com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 1º de outubro, documentos do Panamericano foram entregues ao BC e, a partir daí, iniciou-se a análise que permitiu saber o valor exato das inconsistências. Durante esse período, a direção do Panamericano pediu prazo para entregar outros documentos que pudessem avaliar com mais precisão o alcance da inconsistência. Determinou-se então o valor efetivo em 13 de outubro, quando o banco reconheceu inconsistência no valor de R$ 1,4 bilhão e outros passivos de R$ 663 milhões.
Em 13 de outubro, o presidente do grupo controlador da financeira, o empresário Silvio Santos, informou ao BC que estava em negociação com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Inicialmente, o acordo entre Silvio Santos e FGC seria assinado em 3 de novembro, mas o contrato foi assinado efetivamente em 4 de novembro.
"Em tese, poderíamos ceder outro prazo de 60 dias com mais 180 dias e prorrogável em mais 180 dias por duas vezes. Mas foi um processo extremamente rápido e com o uso de período mais curto que os prazos regulamentares", disse Meirelles aos parlamentares.
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