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O Banco Central deu sinais de que a alta de juros esperada por boa parte dos analistas já para o início de 2010 poderá demorar mais para acontecer, empurrando para o final do primeiro trimestre a expectativa de um movimento na taxa Selic, referência para economia.

Ao mesmo tempo em que avalia que a reação da economia se confirma de forma consistente, o tom do texto da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) mostra que os diretores ainda estão confortáveis em relação à trajetória da inflação na virada do ano. Assim, o BC vai abrindo espaço de forma sutil para o caso de ser necessário mudar de um discurso tranquilizador em relação ao comportamento dos preços em 2010 para outro mais preocupado com pressões inflacionárias, num ambiente de maior crescimento.

Dentro do próprio BC, as avaliações são as de que o crescimento menor do que o esperado registrado no terceiro trimestre deste ano não indica que a recuperação da economia após a crise global será mais fraca daqui para a frente. Mas ainda é preciso aguardar os números do último trimestre para uma análise mais precisa.

Na ata, os diretores destacam, como evidências da retomada do crescimento, a melhora dos dados no comércio, na indústria, no mercado de trabalho, a "recuperação no crédito’’ e o avanço na confiança de consumidores e empresários.

E enfatizam que "o ritmo da retomada da atividade depende, de forma importante, da evolução da massa de rendimentos reais, dos efeitos das medidas de estímulo fiscal e dos incrementos das transferências governamentais que ocorrerão nos meses à frente’’. Para eles, que mantiveram a Selic em 8,75% anuais na semana passada, o crescimento "deverá ser beneficiado também’’ pela política dos bancos oficiais de ampliação do crédito.

Inflação

Por enquanto, mesmo com as projeções de inflação ligeiramente acima das verificadas na reunião de outubro e em torno da meta de 4,5%, "o Copom avalia que a probabilidade de que pressões inflacionárias inicialmente localizadas venham a apresentar riscos para a trajetória de inflação segue sendo limitada’’. Mas reconhece que repasses aos preços dependem "das expectativas dos agentes econômicos para inflação’’.

Como riscos no curto prazo, o BC aponta eventual alta de commodities e a pressão do setor de serviços, que tem mais facilidade para prolongar as pressões inflacionárias passadas com novos reajustes.

O BC também prevê alta de 3,3% para a conta de luz e de 1,6% para a telefonia fixa no próximo ano. Já o botijão de gás e a gasolina não deverão sofrer reajustes.

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