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Caderneta

Nova alta reduz ainda mais a competitividade da poupança

Com a taxa básica de juros a 11% ao ano, a caderneta de poupança perde cada vez mais a competitividade em relação aos fundos. A Selic é parâmetro para a rentabilidade de aplicações conservadoras, como os fundos DI e de renda fixa.

Nesse novo cenário, a poupança – tanto a nova como a antiga – tem rentabilidade de 0,53% ao mês. Assim, o retorno só é maior que o dos fundos de renda fixa que cobram altas taxas de administração, a partir de 2,5%, segundo dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

As duas regras distintas para a caderneta só valem quando o juro fica abaixo de 8,5% ao ano. No atual patamar da Selic, todos os depósitos rendem conforme a regra antiga (0,5% ao mês mais variação da Taxa Referencial).

Entre as opções de fundos, o aumento da Selic fortalece a tendência de migração de recursos para as opções mais conservadoras, atreladas ao CDI.

(Agência Estado)

O Banco Central confirmou as principais apostas de mercado e subiu ontem o juro básico, a taxa Selic, em 0,25 ponto percentual, para 11% ao ano. Foi o nono aumento seguido da taxa e na mesma intensidade do último, feito em fevereiro. Com isso, a Selic chega ao maior nível desde janeiro de 2011, época em que a presidenta Dilma Rousseff tomou posse.

Veja a taxa de juros (Selic) do Copom

A perspectiva de analistas de nova alta de juros se baseava no cenário de inflação elevada. O IPCA, índice oficial de inflação, acumula alta de 5,68%. A meta oficial é de 4,5%, com teto de 6,5%. De acordo com pesquisa mais recente do Banco Central com economistas, a projeção é que o IPCA encerre o ano em 6,3%.

A elevação da Selic é um instrumento usado pelo governo para conter o consumo, uma vez que o crédito (tanto empréstimos em instituições financeiras quanto parcelamentos em lojas, por exemplo) fica mais caro. E, com menos demanda, a inflação tende a ceder.

Analistas não são unânimes quando se fala em uma nova elevação da Selic. De acordo com o comitê de acompanhamento macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a alta de ontem foi a última da taxa básica até o final do ano. "A impressão que passa é que o aumento dos preços reflete um choque de commodities agrícolas, que manterá a inflação pressionada ao longo do ano. Não faz sentido aumentar os juros se o que está pressionando a inflação é o preço de soja e do café", diz Fernando Honorato, vice-presidente do comitê.

Outros analistas, porém, acreditam em nova alta de 0,25 ponto percentual na reunião de maio do Copom. É o caso de Luciano Rostagno, do Banco Mizuho do Brasil. "Em virtude das incertezas envolvendo o cenário inflacionário, o BC não encerrará oficialmente o ciclo de altas neste momento", resume.

O economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, Nicolas Tingas, também prevê um novo aumento. "Há uma questão importante da elevação do nível de inflação em um caráter mais permanente. Não descarto que o BC observe o comportamento da inflação no terceiro e quarto trimestre para voltar a atuar, após as eleições", afirma.

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