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A ação conjunta da Europa, Estados Unidos e Ásia em prol da redução de taxas básicas de juros chegou a fazer efeito e aliviar o mercado financeiro por alguns minutos. Mas a volatilidade voltou a imperar, motivada por dados econômicos americanos divulgados esta manhã. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em queda de 5%, foi a 38 mil pontos, reduziu as perdas, passou a subir e agora opera ainda queda, mas um pouco mais reduzida. O dólar mantém a trajetória de alta nesta quarta-feira. O Banco Central fez três leilões de venda da moeda nesta manhã e segurou um pouco a elevação cambial. A moeda americana iniciou o dia com alta de mais de 5%, chegou a R$ 2,50, depois recuou um pouco, mas continua em alta, oscilando entre R$ 2,35 e R$ 2,40. Foi a primeira vez, desde 2003, que o BC vende dólar no chamado mercado à vista. A Bolsa de Nova York, que abriu em forte queda, passou a operar em alta e agora oscila em clara instabilidade dos índices.

Fundamentos deixados de lado

A crise financeira já dá sinais concretos de ter se alastrado por outros setores da economia mundial e os mercados operam totalmente sem direção. Mais cedo foram divulgados dados econômicos dos Estados Unidos , como venda no varejo e do mercado de imóveis. Ambos vieram negativos. Neste cenário de indefinição, os papéis que mais sofrem variações intensas são as ações de maior peso do Ibovespa.

- O mercado está sem norte. Os fundamentos foram totalmente deixados de lado. Não dá para prever. As altas observadas pela manhã não são sinais de tendência do dia. Com a falta de orientação sobre os rumos dos negócios, os operadores estão procurando realização a curto prazo, mesmo aumentando o risco. Quando voltam para comprar, procuram por papéis que são mais fortes, que sempre foram considerados rentáveis. Isso explica, por exemplo, porque as ações do Itaú subiam tanto pela manhã. Alguém consegue imaginar a quebra de um banco deste porte? Então, em qualquer variação de humor mais positiva, o mercado vai em cima destes papéis - comentou Kelly Trentin, analista da Corretora SLW.

Projeções do FMI afetam Europa

Os principais índices das bolsas européias fecharam em queda no dia no dia. O índice FTSE da Bolsa de Londres fechou em queda de 5,18%; o Dax, da Bolsa de Frankfurt, caiu 5,88%; e o CAC 40, da Bolsa de PAris fechou em forte queda de 6,31%.A Bolsa de Paris suspendeu os negócios duas vezes durante o pregão de hoje. A primeira vez pela manhã e novamente à tarde, pelo horário local. O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu para baixo as previsões para o crescimento de países no mundo todo. O pânico nos mercados levou a Bolsa de Moscou a paralisar os negócios. A previsão é que a bolsa russa fique parada por dois dias. As principais ações negociadas no mercado acionário russo são fortemente posicionadas em commodities e sofrem com as quedas do preço do petróleo.

Nesta quarta-feira, o governo britânico também anunciou um pacote de resgate dos bancos britânicos afetados pela crise. A medida não gerou reação positiva nos mercados. A leitura das medidas continua a ser a de que o cerne da economia produtiva já foi atingido.

Bolsa de Tóquio tem o pior queda em 21 anos

Uma nova onda de pessimismo derrubou os mercados da Ásia nesta quarta-feira. Os esforços dos governos europeus e dos Estados Unidos para reforçar os mercados de crédito na terça-feira fracassaram em tranqüilizar os investidores, que temem que a extensão da crise financeira possa levar a uma recessão global.

O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 9,37%. Foi a maior queda diária desde 1987, quando baixou 14,9%. A pontuação desta quarta, inferior a 10.000, ficou no menor nível desde junho de 2003.

A pior perda aconteceu na Bolsa de Jacarta, que recuou 10,38%. A Bolsa de Honk Kong registrou uma queda de 8,17%. Em Seul, as perdas chegaram a 5,81% e em Xangai o pregão encerrou em baixa de 3,04%.

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