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A saída de recursos através da remessa de lucros se tornou um item importante no balanço de pagamentos do Brasil. No ano passado, as contas externas do país ficaram negativas em US$ 28,3 bilhões. Se não houvesse o envio de dólares para as matrizes, elas ficariam positivas em US$ 7 bilhões. Os benefícios por trás desse envio de dinheiro, porém, superam qualquer influência que o item tenha sobre o resultado do balanço.

Primeiro, as remessas são resultado de investimentos diretos, que entraram com sinal positivo e ajudaram a reforçar as reservas do país. Além disso, as multinacionais geram empregos, trazem tecnologia e capacitam a mão-de-obra. "O lucro é uma parte desse ciclo de investimento. É nos mercados onde têm retorno que as matrizes investem", afirma o economista Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios.

IED

O economista Rogério César Souza, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), chama atenção para o fato de o investimento estrangeiro direto (IED) ter historicamente ficado acima das remessas de lucros. Foi o que ocorreu em 2008, quando o país recebeu US$ 45 bilhões e enviou US$ 35 bilhões – conta que inclui lucros com participações acionárias. "É um balanço muito bom e que foi um dos pilares para o crescimento geral do investimento no setor industrial do país", diz Souza. "Esperamos uma queda nos dois indicadores durante este ano, devido à falta de crédito lá fora, de um lado, e o lucro menor no Brasil, do outro."

No caso das montadoras, o IED tem ficado abaixo das remessas, tendo sido de apenas US$ 964 milhões em 2008, contra US$ 5,6 bilhões de lucros enviados. A diferença é explicada pelo fato de as empresas terem um estoque de IED acumulado ao longo da última década e pelas outras fontes de financiamento à sua disposição, como empréstimos bancários ou feitos pelas matrizes. (GO)

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