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"The End". Assim, com letras garrafais, estampava em seu site o jornal italiano "Il Fatto Quotidiano", crítico ao governo. Mas a promessa de Silvio Berlusconi de renunciar após a aprovação de uma série de reformas - o que deve ocorrer em cerca de 20 dias - lança a Itália num período de incertezas sobre seu futuro político. Todos esperam agora uma decisão do presidente Giorgio Napolitano, que vai apontar o caminho para contornar essa crise política.

Se depender de Berlusconi, que perdeu a maioria absoluta na Câmara, as eleições antes marcadas para 2013 serão antecipadas. A oposição, no entanto, defende a criação de um governo técnico, com a figura do economista e ex-comissário europeu Mario Monti à frente. Esta opção é também a preferida de Napolitano, que vai discutir a possibilidade de formação de um governo de transição.

"Eu vejo apenas a possibilidade de novas eleições, mas quem decidirá é o chefe de Estado", disse Berlusconi.

Sobre a mesa, Napolitano tem basicamente quatro opções. A preferida pelo atual governo é a convocação de eleições antecipadas, garantindo que Berlusconi continue a comandar a centro-direita frente a uma oposição que não oferece alternativa clara para o cargo. O provável resultado nas urnas ainda é uma incógnita, mas analistas estimam que a principal perdedora nesse caso seria a própria Itália, visto que um processo eleitoral longo e custoso atrasaria uma série de decisões econômicas urgentes que estão na pauta do país.

"Normalmente fragmentada, a oposição mostrou força hoje (terça)", disse o jornalista político Luca Gelmini, do "Corriere della Sera".

"Eles tinham força para bloquear a aprovação das contas de 2010 na Câmara, mas julgaram que se tratava de uma responsabilidade nacional, e decidiram se abster, mostrando simbolicamente seu poder".

Se depender da oposição, a Itália caminha rumo a um governo comandado por tecnocratas, capazes de aprovarem medidas para tentar remediar a crise sem se preocupar com reeleição. Outra opção é um governo de união. Porém, após anos de polarização política, a oposição dificilmente aceitaria governar ao lado do partido de Berlusconi. Caso a coalizão do governo consiga inverter a situação atual e reconquistar deputados que migraram para a oposição, a direita poderia continuar no comando.

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