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Natal – O Brasil pode começar a produzir biodiesel comercialmente com tecnologia 100% nacional já no próximo ano. Duas usinas desenvolvidas por pesquisadores da Petrobrás estão em fase de testes em Guamaré (RN), a 180 quilômetros de Natal, com produção do óleo a partir de mamona e capacidade para outras oleaginosas, como girassol, dendê e pinhão manso.

Para a estatal, mais do que para a produção em escala, as duas plantas são importantes para desenvolver a tecnologia do biodiesel no Brasil. Outras três unidades do produto em construção pela Petrobrás foram desenvolvidas nos Estados Unidos, mas devem ser adaptadas com tecnologia nacional para poder processar as plantas brasileiras.

"O domínio tecnológico é o que faz a diferença entre os países. Eles não crescem vendendo matéria-prima, crescem vendendo tecnologia. O objetivo é vender um produto a um menor custo, com a melhor qualidade", disse o gerente de Desenvolvimento Energético de Gás e Energia da Petrobras, Mozart Schimitt.

As duas plantas de biodiesel do Rio Grande do Norte terão capacidade para produzir cerca de 17 milhões de toneladas de biodiesel por ano – cerca de 20 milhões de litros. A quantidade é a mesma necessária para acrescentar 5% do óleo ao diesel no estado, o que será obrigatório a partir de 2013.

A partir de janeiro do ano que vem, as distribuidoras terão que acrescentar 2% do biodiesel ao diesel vendido em todo o país. Isso vai gerar uma demanda de cerca de 800 milhões de litros por ano, dos quais a Petrobrás pretende entrar com 171 milhões de litros. "O objetivo da companhia é ser líder na produção de biodiesel. Acredito que no B-5 (em 2013) já teremos aprendido bastante para isso."

As plantas do Rio Grande do Norte serão usadas prioritariamente para pesquisa. A partir dos modelos, os pesquisadores da Petrobrás pretendem, já em 2008, desenvolver projetos para a instalação de unidades maiores com a mesma tecnologia, que produziriam cerca de 100 milhões de toneladas por ano.

As duas usinas funcionam com tecnologias diferentes. A primeira produz o biodiesel a partir do óleo vegetal, como ocorre nos outros países. Já a segunda unidade retira o combustível diretamente das sementes, sem a necessidade de processar o grão antes para a extração do óleo vegetal, o que não é feito em nenhum lugar do mundo. "As duas tecnologias terão méritos diferentes para cada local. Em um lugar mais isolado, a tecnologia do grão é mais vantajosa." As unidades vêm sendo desenvolvidas desde 2004 e demandaram investimentos de R$ 10 milhões cada.

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